Candidato do PSDB à Prefeitura do Crato, Lucas Brasil afirmou nessa sexta-feira, 6, em sabatina Rádio O POVO CBN Cariri, que a gestão do tio e adversário político, Zé Ailton Brasil (PT), já esteve com as contas equilibradas. Realidade, segundo ele, diferente da atual.
Opositor do governo petista no município, cuja candidatura é representada na eleição por André Barreto (PT), Lucas afirmou que a aprovação do projeto que autorizou a administração municipal a contrair empréstimo de R$ 20 milhões danificou a saúde financeira da cidade.
A gestão teria aplicado R$ 10 milhões no projeto do novo Mercado Wilson Roriz. Da segunda metade, R$ 5 milhões teriam sido destinados ao calçamento de bairros como Batateiras, Lameiro, Sertãozinho, Belmonte e Muriti. Os R$ 5 milhões restantes, aplicados na construção de um calçadão que contemplaria a Avenida Pedro Felício até chegar às comunidades Granjeiro e Coqueiro, passando pela Escola Dom Vicente.
"Então, devido a isso, a gente tem que realmente ver como é que vão ficar as finanças. Por ser uma dívida que a gente vai começar a pagar, a gente tem que realmente ver se tem dinheiro em caixa, que é uma das nossas prioridades", afirmou.
O candidato a prefeito disse que pretende viabilizar a pavimentação das ruas do bairro Sertãozinho e no São José, tidos por ele como locais de difícil acesso. Ele adicionou que outra meta a ser perseguida em eventual gestão é a da implantação do passe livre, sem detalhar como concretizaria a proposta. "A gente tem que fazer parcerias", resumiu.
Questionado sobre a taxa do lixo, respondeu não ter como prometer a revogação da cobrança. O obstáculo é de que o município integra o Consórcio Comares, iniciativa para gestão integrada dos resíduos sólidos produzidos pelos municípios do Cariri.
"Não adianta eu iludir a população e dizer 'não, o município vai pagar'. Hoje, a multa para sair do Comares é em torno de R$ 1,5 milhão a R$ 2 milhões. O município teria que arcar com essa despesa para que o cidadão cratense não seja onerado no bolso devido essa taxa", afirmou Lucas.
Lucas criticou o alegado protagonismo que a empresa Ambiental Crato teria atualmente como gestora das finanças da Sociedade Anônima de Água e Esgoto do Crato (Saaec). A promessa foi de devolver a Saaec aos cratenses.
"A empresa foi licitada para que? Para fazer o saneamento básico do nosso município, não foi para gerir as finanças da Saaec ou, até mesmo, as políticas da Saaec. Então, a gente tem que realmente dar o trabalho para o qual ela foi licitada. Ter aquela concessão de licitação que ela ganhou, trazer novamente a Saaec para o cidadão cratense", sustentou o tucano.
Ao longo da entrevista, ele ressaltou a própria juventude como um ativo político na disputa, um sinal de que ele poderá arejar o Executivo com novas ideias. Ele disse que filiação ao terceiro partido político (PSB, PCdoB e, agora, PSDB), apesar dos 31 anos, é resultado da busca por um espaço próprio no panorama político do município. Ele assegurou que a candidatura não atende a impulsos de vaidade.
"Um espaço qual na política? Para que eu apresentasse mais projetos. Eu não pactuei com a maneira que o atual gestor estava trabalhando, então vi que a gente não poderia continuar no mesmo lado. Então, procurei outro local, com outros grupos políticos, onde segui meu caminho e minha trajetória política, e hoje estou apresentando o nosso nome aqui, novamente, à cidade do Crato", explicou sobre o rompimento com o tio, o atual prefeito.
"A gente tem o direito de concorrer às eleições municipais. Realmente, estamos nesse projeto político novamente, mas não é um projeto político por vaidade ou para o ego, mas, sim, um projeto de político de mudança, uma mudança jovem para o nosso município", argumentou o postulante.
E completou: "O espaço não é só para pleitear cargo ou estar fazendo negociações com cargos porque a gente, na política, a gente tem que ter seriedade transparência e principalmente honestidade".