Logo O POVO+
Ceará registra 16 casos de violência política em menos de três meses
Politica

Ceará registra 16 casos de violência política em menos de três meses

No ano, levantamento mapeou 31 casos, alguns sendo relacionados a homicídios
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
FORTALEZA, CEARÁ, BRASIL, 06-03-2024: Governo do Ceará lança Programa Segurança no Ponto, com viaturas, motos e blicicletas da Polícia Militar, com a finalidade de reduzir roubos e outros crimes nas paradas de ônibus de Fortaleza. (Foto: Samuel Setubal) (Foto: Samuel Setubal)
Foto: Samuel Setubal FORTALEZA, CEARÁ, BRASIL, 06-03-2024: Governo do Ceará lança Programa Segurança no Ponto, com viaturas, motos e blicicletas da Polícia Militar, com a finalidade de reduzir roubos e outros crimes nas paradas de ônibus de Fortaleza. (Foto: Samuel Setubal)

De 1° de julho a 17 de setembro deste ano, o Ceará registrou 16 casos de violência contra políticos. Os dados são de pesquisa realizada pelo Observatório da Violência Política e Eleitoral, vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UniRio). Em todo o ano de 2024, foram 31 casos.

O POVO teve acesso aos números da pesquisa por meio do Grupo de Investigação Eleitoral (Giel), que catalogou os casos do Ceará e de outros estados. Os dados mostram uma maior incidência de casos por violência física, entre agressões e atentados.

Foram também quatro homicídios registrados no primeiro semestre de 2024, quando dois vereadores, um secretário municipal e um pré-candidato a vereador foram assassinados. O levantamento considerou que as suspeitas das investigações é de que seriam crimes políticos.

 

Em julho, os candidatos já estavam em processo de pré-campanha. Entre 20 de julho a 5 de agosto, partidos e federações realizaram convenções partidárias para confirmar seus candidatos. O período de campanha eleitoral começou oficialmente em 16 de agosto.

Relatos de violência de 1° de julho a 17 de setembro

- 7 casos por violência física (atentados e agressões)
- 3 casos de violência semiótica (desqualificação)
- 3 casos de violência econômica (roubos ou furtos)
- 3 casos de violência psicológica (ameaças e intimidações)

Segundo dados divulgados, em todo o Brasil, foram registrados 455 casos do início do ano até o dia 17 de setembro, a menos de 20 dias para o primeiro turno das eleições municipais. São Paulo lidera o ranking com 29 casos ocorridos no período de pouco mais de 2 meses, contando desde julho.

Relembre alguns casos

Candidata à Prefeitura de Sobral, Izolda Cela (PSB) sofreu ameaças explícitas por meio de redes sociais no início do mês de setembro. A ex-governadora disse, em nota, que após sequência de pequenos incidentes em atos de sua campanha, foi a público para denunciar o que considera ameaças "contra às eleições livres e contra a democracia". Quatro pessoas foram presas e um delas já foi denunciada pelo Ministério Público (MPCE). O suspeito foi autuado pelo crime de integrar organização criminosa.

Ainda em Sobral, o ex-prefeito e marido de Izolda, Veveu Arruda (PT), foi agredido em um ato de campanha em favor da esposa. Na manhã do dia 14 de setembro, imagens mostram uma confusão registrada no município e quando o petista se aproxima para tentar conter a briga, é derrubado no chão.

Em Caucaia, Emília Pessoa, candidata a prefeita pelo PSDB, foi surpreendida com disparos de arma de fogo próximos a sua residência. A deputada estava reunida com candidatos a vereadores, lideranças e alguns familiares.

Veja a lista completa dos casos registrados de 1 de julho a 17 de setembro

* As descrições dos casos aparecem citados no levantamento

- Ednaldo Martins (PDT) em São Gonçalo do Amarante
Violência física (agressão)
Por volta das 2h da manhã, dois homens armados tentaram forçar a entrada na casa do pré-candidato a vereador. Durante o confronto, um dos suspeitos foi desarmado pelo pré-candidato.

- Dra. Gorete (PSD) em Itapajé
Violência semiótica (desqualificação)
Durante uma convenção partidária, o deputado federal Danilo Forte (União Brasil) afirmou que a prefeita “rodou a bolsinha com vários deputados federais”. O Ministério Público Eleitoral (MPE) pediu para a Polícia Federal abrir um inquérito.

- Wylna Castro (PDT) em Saboeiro
Violência semiótica (desqualificação)
Durante a convenção do MDB, o ex-prefeito da cidade, Gotardo Martins (PSD), referiu-se a atual vice-prefeita como “uma quenga, uma rapariga”.

- Ailton Leite (Psol) em Potengi
Violência psicológica (ameaça)
Segundo os relatos que constam no BO, Luã Almino chegou no local onde Ailton Leite se encontrava, parou o carro e pediu para conversar com o vereador. As discussões começaram a ficar acaloradas e o pré-candidato a prefeito teria proferido ameaças ao parlamentar.

- Camilo Motos (PSB) em Sobral
Violência econômica (roubo/furto)
O vereador foi alvo de um arrastão em sua residência. Criminosos invadiram o local e subtraíram cerca de R$ 50 mil, além de diversos aparelhos celulares pertencentes a pessoas que estavam na casa no momento do crime.

- Emilia Pessoa (PSDB) emCaucaia
Violência física (atentado)
Ocorria na residência da deputada e candidata um café da manhã com candidatos a vereador do PSDB, Cidadania, União Brasil e PP, quando a casa foi alvejada com tiros.

- Magnum do Endireita (PSB) em Penaforte
Violência física (atentado)
Logo após entrar em casa, o candidato teve sua residência alvejada por tiros. Magnum atribuiu o atentado à sua atuação incisiva nas redes sociais.

- Izolda Cela (PSB) em Sobral
Violência psicológica (ameaça)
Após os policiais receberem uma denúncia anônima informando que alguém estaria fazendo postagens nas redes sociais ameaçando a candidata, quatro pessoas foram presas.

- Nildo Costa (PP) em Cairús
Violência econômica (roubo/furto)
O vereador e candidato à reeleição, junto com a candidata a prefeita Natália (MDB), foram abordados por criminosos armados enquanto realizavam visitas a eleitores no distrito de São Sebastião. Os criminosos anunciaram um assalto e forçaram os candidatos a se deitarem no chão, sob constante ameaça. Em um pronunciamento nas redes sociais dos candidatos, Natália não descartou a possibilidade de que o atentado tenha sido motivado por uma perseguição política.

- Natalia Ferreira (MDB) em Cariús
Violência econômica (roubo/furto)
A candidata, junto com o vereador e candidato a reeleição Nildo Costa(PP), foram abordados por criminosos armados enquanto realizavam visitas a eleitores no distrito de São Sebastião.

- Roberto Simão (PT) em Mauriti
Violência física (agressão)
O vereador e candidato à reeleição denunciou ser vítima de uma agressão cometida pelo também candidato Rangel Cartaxo (PT), durante um evento na cidade. O caso ocorreu em um leilão, os dois entraram em uma discussão que acabou resultando em briga.

- Evanildo (PT) em Mauriti
Violência física (agressão)
Após seu irmão, o vereador Roberto Simão (PT), ser agredido pelo também candidato Rangel Cartaxo (PT), o ex-prefeito tentou intervir nas agressões da cidade e também foi agredido.

- Nonatinho (Republicanos) em Itapajé
Violência semiótica (desqualificação)
O candidato a prefeito denunciou ser alvo de racismo durante a campanha eleitoral. Em áudio que estava sendo compartilhado em uma rede social de mensagens instantâneas, um homem teria chamado o concorrente de “macaco” e dito “ninguém quer aquele macaco aqui”.

- Ivanildo Rosendo (MDB) em Juazeiro do Norte
Violência física (agressão)
O vereador e candidato relatou que estava fiscalizando denúncias sobre o funcionamento uma UPA e alega ter sido impedido por um vigilante de entrar em um dos consultórios, que fechou a porta no braço do vereador.

- Veveu Arruda (PT) em Sobral
Violência física (agressão)
O ex-prefeito Veveu Arruda foi agredido quando tentou separar uma briga no centro do município. De acordo com testemunhas, Veveu foi surpreendido por um homem que o atacou com uma rasteira, sendo derrubado no chão. Após o ataque, o político registrou um boletim de ocorrência.

- Cirilo Pimenta (PSB) em Quixeramobim
Violência psicológica (ameaça)
O prefeito e candidato à reeleição registrou um boletim de ocorrência após ser ameaçado de morte.

O que você achou desse conteúdo?