O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negou mais um recurso do PDT Nacional e liberou os deputados estaduais aliados do senador Cid Gomes (PSB) a se filiarem a outros partidos. O destino da maioria deverá ser o PSB. Parlamentares celebraram o que chamaram de "carta de alforria".
Lia Gomes (PDT), deputada estadual e irmã de Cid, afirmou nesta quarta-feira, 27, que os dissidentes estão com uma situação desconfortável, uma vez que querem já responder como integrantes do PSB e da base do PT.
"A gente vai poder finalmente sair. A gente está em uma situação desconfortável dentro do PDT, esse racha, embora a gente aqui conviva muito bem, a nossa atuação fica um pouco… A gente quer participar das atividades do PSB, mas não é ainda do PSB e também é convidado para a base do PT, mas não se sente confortável", afirmou.
"Então eu acho que foi uma boa notícia a gente conseguir a nossa carta de alforria", completou. Embora tenham declarado não saber se todos os 14 deputados irão para o mesmo partido, Lia disse acreditar que talvez não.
Osmar Baquit (PDT) usou a tribuna do Plenário 13 de Maio da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece) para também comemorar a decisão. "Hoje a gente celebra um dia da nossa alforria em relação a toda polêmica que a gente lutou muito na Justiça pra provar que nós estávamos certos (...) Nós estamos livres", disse.
O deputado destacou que sua fala não é na intenção de polemizar, mas sim de "dar satisfação àqueles, eleitores e amigos, que acompanharam todo o processo".
Se dirigindo a Romeu Aldigueri (PDT), líder do Governo Elmano e indicado para ser o candidato à presidência da Alece, Baquit disse ser a hora da "pacificação", tanto em relação ao PDT como a questão da eleição na Casa Legislativa.
"Agora é a hora da pacificação. Agora é a hora da harmonia. Chega de briga. Tudo tem o momento. Tem o momento de discutir, de guerrear democraticamente. Terminou, tanto lá no PDT como aqui na Assembleia, é um novo momento", afirmou.
O pleno do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu manter o entendimento do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) que autorizou deputados estaduais hoje filiados ao PDT deixarem o partido sem prejuízo aos respectivos mandatos. O TSE negou o recurso do PDT Nacional que era contra a decisão do TRE-CE a favor da desfiliação de 14 deputados estaduais do partido.
Fazem parte do processo de pedido de saída os deputados, entre efetivos e suplentes: Bruno Pedrosa, Osmar Baquit, Guilherme Bismarck, Guilherme Landim, Helaine Coelho, Salmito Filho, Jeová Mota, Sérgio Aguiar, Lia Freitas, Marcos Sobreira, Oriel Nunes, Antonio Granja e Romeu Aldigueri. Eles são ligados a Cid Gomes e fazem parte da base governista no Estado.
A saída é motivada após uma longa briga pela presidência do partido no Ceará e também passa pela posição da sigla no Estado. Apesar de PDT e PT serem aliados nacionais, ala da legenda trabalhista no Ceará quer atuar na oposição ao governo Elmano de Freitas (PT).
A mudança deve impactar também na disputa pela presidência da Alece, já que Romeu Aldigueri é o candidato da base e recebeu apoio de Cid e de Elmano. Havia rumores de que ele iria se filiar ao PT, o que manteria a divergência que levou ao estremecimento da relação de Cid e Elmano. O senador questionava a concentração de poder do PT e defendia o compartilhamento de poderes.