A Polícia Federal (PF) prendeu, na manhã deste sábado, 14, o ex-ministro e general Walter Souza Braga Netto na esteira de investigações de um esquema golpista para reverter o resultado das eleições de 2022. Ele foi preso em sua casa no Rio de Janeiro pouco depois das 6 horas.
Braga Netto ficará preso na 1ª Divisão do Exército e participará de audiência de custódia por videoconferência, que deve acontecer às 14 horas.
Braga Netto foi candidato a vice-presidente na chapa do ex-presidente e então candidato Jair Bolsonaro (PL). Ele é general da reserva do Exército e foi um dos indiciados pela PF por tentativa de golpe de Estado.
Buscas foram realizadas na residência do ex-ministro e militar, que teve o celular apreendido. Braga Netto tem negado envolvimento em tramas golpistas.
Os mandados judiciais cumpridos neste sábado foram expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A PF informou que estão sendo cumpridos "um mandado de prisão preventiva, dois mandados de busca e apreensão e uma cautelar diversa da prisão contra indivíduos que estariam atrapalhando a livre produção de provas durante a instrução processual penal".
O ministro Alexandre de Moraes considerou pontos expostos pela Polícia Federal para expedir a decisão em favor da prisão preventiva de Braga Netto. Segundo a PF o ex-ministro:
Braga Netto é natural de Belo Horizonte (MG), tem 67 anos e formação pela Academia Militar das Agulhas Negras e ocupou funções de destaque nas Forças Armadas.
Em 2018, ganhou projeção ao ser nomeado interventor da Segurança no Rio de Janeiro, na gestão Michel Temer (MDB). No período, ficou responsável pelo comando de polícias, dos Bombeiros e de outros agentes de segurança.
Politicamente, ganhou ainda mais holofotes durante a gestão Bolsonaro, onde era tido como um dos principais nomes da ala militar na articulação do governo. Braga Netto foi ministro da Casa Civil e ministro da Defesa no decorrer do governo Bolsonaro (2019-2022).
"A Polícia Federal cumpre, na manhã deste sábado (14/12), mandados judiciais expedidos pelo Supremo Tribunal Federal em face de investigados no inquérito que apurou a tentativa de golpe de Estado para impedir a posse do governo legitimamente eleito em 2022.
Estão sendo cumpridos um mandado de prisão preventiva, dois mandados de busca e apreensão e uma cautelar diversa da prisão contra indivíduos que estariam atrapalhando a livre produção de provas durante a instrução processual penal.
As medidas judiciais têm como objetivo evitar a reiteração das ações ilícitas".
Atualizada às 12h30min