O prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), usou as redes sociais para rebater as falas do prefeito eleito da Capital, Evandro Leitão (PT). Na manhã desta sexta-feira, 27, o petista criticou a administração do pedetista, falando em decisões políticas na tentativa de "inviabilizar a próxima gestão".
Um dos pontos foi a convocação, neste mês de dezembro, de 540 novos servidores. Apesar de considerar que a gestão precisaria de novos servidores, Evandro apontou outras questões, entre elas, as dívidas que a Prefeitura terá no campo da saúde. Leitão informou que a Prefeitura de Fortaleza tem saldo de dívidas com fornecedores, já empenhadas, da ordem de R$ 400 milhões, e informou que o número deve aumentar.
"A gente sabe que essa questão para, além da falta de planejamento, tem também uma questão infelizmente política porque você a oito dias fazer uma convocação dessa. Se está faltando dinheiro para paracetamol, para esparadrapo. Vai ter dinheiro para pagar 540 servidores? Não que não necessite, necessita, mas, no mínimo, falta um planejamento financeiro. A gente sabe que também tem uma variável política de tentar de alguma forma inviabilizar a gestão que está assumindo", afirmou Evandro.
"Evandro Leitão me 'acusou' de tentar 'inviabilizar' a gestão dele. Vejam só do que estou sendo acusado. Ele me criticou por convocar 540 novos servidores públicos concursados nas áreas da saúde e da segurança pública. Eu deveria descumprir os editais, por acaso?", questionou o prefeito.
E seguiu, ao defender as ações do tempo que esteve à frente da Prefeitura. "Na minha gestão, nestes quatros anos, eu contratei 6 mil servidores por concursos públicos. Esses homens e mulheres não 'inviabilizam' a administração, como afirmou Leitão. Na verdade, são esses profissionais que cuidam da nossa cidade. Um prefeito deveria saber disso. Ele quer administrar sem servidores?".
Sarto voltou a um ponto de muito embate com a gestão do governador Elmano de Freitas (PT): a passagem de ônibus. "Leitão também achou ruim porque autorizei o pagamento de subsídio do transporte público em Fortaleza. Fiz isso para não aumentar as passagens de ônibus. Fiz isso porque o governador cortou os repasses para Fortaleza. Será que o Leitão também vai cortar os repasses e reajustar as tarifas?", disse Sarto.
O atual prefeito rebateu ainda a questão dos empréstimos contraídos pela atual gestão, mas que ficarão para o próximo governo administrar e quitar os valores. Conforme Evandro, o próximo governo já vai começar com o valor de R$ 1 bilhão em operações de empréstimo.
O prefeito eleito lamentou ainda que, muitas dessas operações de crédito foram contraídas junto a bancos nacionais, pagando juros bem mais altos do que pagariam junto a instituições financeiras internacionais. No mais, Leitão citou operações de crédito da ordem de pouco mais de R$ 3 bilhões até o fim do mandato (2028).
"Evandro também me 'acusou' de conseguir recursos para investimentos, para aplicar em obras na cidade. Em quatro anos, eu construí 17 escolas, 34 creches, 24 postos de saúde, 3 hospitais, 53 areninhas, 22 escolas areninhas e mais de 310 quilômetros de ruas de tijolinho. É para isso que serve o dinheiro público. Para melhorar a vida das pessoas. Será que Leitão está é com medo de encarar o desafio?", questionou Sarto.
O prefeito aproveitou para rebater ainda alegações sobre o Instituto José Frota (IJF). A dívida atual do equipamento é de aproximadamente R$ 100 milhões, conforme Evandro informou. A unidade de Saúde tem passado por dificuldades nos últimos meses, como falta de insumos, atraso no pagamentos de profissionais e até falta de comida.
Sarto disse que as questões seriam impactadas por decisões de Elmano. "Leitão também reclamou da situação do IJF. O hospital custa todo mês cerca de R$ 50 milhões para Fortaleza. Mas metade dos pacientes atendidos lá são do Interior do Estado. Sabem quanto o Governo do Ceará vinha repassando mensalmente para cobrir isso? Cerca de R$ 6 milhões. É claro que essa conta não fecha. 50% dos pacientes são de fora de Fortaleza, mas o governador só paga por 10%. Por que o Leitão não cobra do governador do PT uma partilha justa desse orçamento?", apontou Sarto.