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13 acontecimentos para entender o mundo no ano que termina
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13 acontecimentos para entender o mundo no ano que termina

Guerras, pressão ambiental, inclusive com tragédias climáticas no Brasil, turbulências políticas e econômicas e a festa olímpica: um breve balanço do mundo em 2024
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FRONTEIRA sul de Israel com a Faixa de Gaza (Foto: JACK GUEZ/AFP)
Foto: JACK GUEZ/AFP FRONTEIRA sul de Israel com a Faixa de Gaza

Da vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos até a queda de Bashar al Assad, passando pelas guerras no Oriente Médio e os Jogos Olímpicos de Paris: estes são os acontecimentos que marcaram o ano de 2024.

1. Guerra no Oriente Médio

Israel prossegue sua ofensiva militar contra o Hamas na Faixa de Gaza, em represália ao ataque sem precedentes do movimento islamista palestino de 7 de outubro de 2023 em território israelense, que deixou 1.207 mortos do lado israelense, a maioria civis, e 251 reféns levados à Gaza.

Vários dirigentes do Hamas morreram, sobretudo seu líder Ismail Haniyeh, em 31 de julho, em Teerã, em uma explosão atribuída a Israel, e seu sucessor Yahya Sinwar, morto em Gaza em 16 de outubro por soldados israelenses.

A ofensiva de Israel ultrapassou os 45 mil mortos em Gaza em meados de dezembro, a maioria civis, de acordo com dados do Ministério da Saúde do território governado pelo Hamas, que a ONU considera confiáveis. 

As negociações de cessar-fogo não tiveram êxito e o território — onde quase 100 reféns permanecem em cativeiro, 34 deles declarados mortos pelo Exército israelense — está assolado em uma grave crise humanitária. 

No Líbano, por outro lado, Israel concordou no final de novembro, com a mediação de Estados Unidos e França, com uma trégua com o movimento pró-iraniano Hezbollah, que em 8 de outubro de 2023 começou a disparar projéteis contra o norte do território israelense em solidariedade ao Hamas.

O cessar-fogo chega após dois meses de guerra, nos quais Israel realizou uma campanha maciça de bombardeios aéreos contra o sul do Líbano e o sul de Beirute, redutos do Hezbollah, bem como contra alvos no leste e no norte do país. Paralelamente, o Exército israelense lançou uma ofensiva terrestre no sul do Líbano desde 30 de setembro contra o Hezbollah, um aliado do Irã. 

Em represália às mortes do chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em um bombardeio em Beirute, em 27 de setembro, e de Ismail Haniyeh, o Irã lançou em 1º de outubro 200 mísseis contra Israel, que em resposta atacou instalações militares iranianas em 26 de outubro, suscitando a ameaça de um conflito regional.

Segundo o Ministério da Saúde libanês, mais de 4.000 pessoas morreram no Líbano desde outubro de 2023. Do lado israelense, 82 soldados e 47 civis morreram na guerra contra o Hezbollah, segundo dados oficiais.

2. Queda de Bashar al Assad

Na Síria, a ofensiva relâmpago de uma aliança rebelde liderada pelo grupo islamista Hayat Tahrir al Sham (HTS), iniciada em 27 de novembro, conseguiu derrubar em apenas 11 dias o presidente Bashar al Assad, em um país devastado por 13 anos de guerra civil. O autocrata, abandonado por seus aliados Irã e Rússia, fugiu para Moscou.

Entre os símbolos da queda de Damasco está a libertação dos prisioneiros de Sednaya, a temida penitenciária na qual milhares de opositores da dinastia Assad, que governou o país durante mais de 50 anos, foram detidos, torturados e assassinados.

O novo governo responsável pela transição anunciou que as novas autoridades garantirão os direitos de todas as religiões no país, em resposta às preocupações das minorias e da comunidade internacional a respeito do passado jihadista de alguns grupos rebeldes, incluindo o HTS.

Israel efetuou centenas de bombardeios contra áreas militares na Síria, com o objetivo, segundo o governo, de impedir que arsenais de armas "caíssem nas mãos de elementos terroristas". Também ocupou a zona desmilitarizada das Colinas de Golã anexadas.

3. O retorno de Donald Trump

Apesar de ser retratado por seus opositores como um perigo para a democracia, Donald Trump obteve uma vitória contundente em 5 de novembro sobre a democrata Kamala Harris, que entrou na disputa após a desistência do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. 

Embora as pesquisas previssem um resultado apertado, Trump venceu nos sete estados considerados os mais disputados. O Partido Republicano também conquistou a maioria na Câmara de Representantes e no Senado. 

O magnata de 78 anos, cuja campanha foi marcada por duas tentativas de assassinato contra ele, quatro acusações judiciais, uma condenação criminal e o apoio do bilionário Elon Musk, tomará posse em 20 de janeiro. 

4. Escalada internacional da guerra na Ucrânia

Após sua contraofensiva malsucedida em 2023, a Ucrânia — invadida pela Rússia de Vladimir Putin em 24 de fevereiro de 2022 — lançou um ataque surpresa na região da fronteira russa de Kursk. 

Mas essa aposta ousada, que buscava forçar Moscou a desviar suas tropas do leste ucraniano, parece ter fracassado. 

A Rússia respondeu com ataques intensos, colocando as forças ucranianas, em menor número e com menos armas que os russos, sob pressão, especialmente na frente oriental no Donbass. A Coreia do Sul, juntamente à Ucrânia e ao Ocidente, revelou a presença de soldados norte-coreanos apoiando as forças russas. 

Kiev utilizou mísseis de longo alcance americanos e britânicos contra o território russo pela primeira vez em novembro, após obter o aval de Washington e Londres. 

A Rússia respondeu atacando a Ucrânia com um míssil balístico hipersônico de médio alcance de última geração, sem ogiva nuclear, e prometeu intensificar esses ataques se Kiev continuar atacando a Rússia com mísseis ocidentais. 

Putin também ameaçou bombardear os países que fornecem este armamento à Ucrânia, citando o possível uso de armas nucleares.

5. Repressão na Rússia

Vladimir Putin iniciou seu quinto mandato na Rússia em maio, após vencer uma eleição presidencial que o Ocidente denunciou como uma paródia da democracia.

Seu principal opositor, Alexei Navalny, morreu em fevereiro sob circunstâncias obscuras na prisão no Ártico, onde cumpria uma longa pena por "extremismo". 

Em 1º de agosto, os países ocidentais e a Rússia realizaram a maior troca de prisioneiros desde o fim da Guerra Fria, incluindo o jornalista americano Evan Gershkovich e o ex-fuzileiro naval Paul Whelan, ambos libertados por Moscou. 

Desde então, a repressão dos opositores à guerra na Ucrânia não cessou, com inúmeros processos por "sabotagem", "traição" ou "terrorismo" que terminaram com penas severas.

6. Paris, uma festa olímpica

Os Jogos Olímpicos de Paris foram uma pausa agradável nas celebrações durante o verão no hemisfério norte, com sua espetacular cerimônia de abertura no rio Sena e o retorno de Céline Dion interpretando entre lágrimas a canção Hymne à l'amour, os cartões-postais (como a quadra do vôlei de praia sob a Torre Eiffel, os passeios a cavalo no Palácio de Versalhes) ou o seu famoso caldeirão iluminado. 

Os eventos esportivos emocionaram o público e coroaram atletas como o francês Léon Marchand, a americana Katie Ledecky ou o brasileiro Gabriel dos Santos Araújo (atleta paralímpico) na natação, a ginasta americana Simone Biles ou o sueco do salto com vara Armand Duplantis.

7. Seca e incêndios na América do Sul

Uma seca histórica que os especialistas associam à mudança climática gerou um recorde de mais de 400 mil incêndios na América do Sul em 2024. 

No Brasil, ecossistemas como a Amazônia, o Pantanal e o Cerrado foram os mais atingidos, tendo mais de 234 mil focos até outubro, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).  

As chamas devastaram mais de 22 milhões de hectares entre janeiro e setembro, 150% a mais que no mesmo período do ano passado, segundo o órgão de monitoramento MapBiomas. 

A fumaça dos incêndios atingiu as principais cidades brasileiras, chegando até Buenos Aires e Montevidéu com o fenômeno conhecido como "chuva negra". 

A Bolívia também foi muito afetada, com 7,2 milhões de hectares destruídos apenas na província de Santa Cruz, quase o dobro do ano anterior, segundo o governo. 

Além dos incêndios que atingiram Bogotá e Quito, a Colômbia e o Equador sofreram uma seca que levou a longos períodos de cortes de energia e racionamento de água. 

Segundo as autoridades, alguns dos incêndios deste ano também foram criminosos. O pior deles foi o de fevereiro, em Viña del Mar, no Chile, que causou a morte de 137 pessoas e destruiu milhares de casas.

8. Inundações mortais

As ondas de calor causadas pela mudança climática continuaram, com o seu rastro de altas temperaturas, secas e inundações mortais. 

O sul e o leste da Espanha sofreram enchentes devastadoras, sobretudo a região de Valência, onde mais de 220 pessoas morreram.

No Brasil, o Rio Grande do Sul foi assolado no começo do ano por uma tragédia sem precedentes. Ao longo do ano, houve novos problemas, em menor proporção, em outras partes do País. Pelo menos oito pessoas foram mortas nas tempestades que atingiram partes do centro e sudeste do país em outubro.

Em meados de novembro, a tempestade tropical Sara deixou dois mortos em Honduras e outros dois na Nicarágua, e uma onda de destruição em outras partes da América Central. 

Um setembro anormalmente quente coincidiu com chuvas extremas e inundações em todo o mundo: a tempestade Boris atingiu a Europa Central, o furacão Helena alcançou o sudeste dos Estados Unidos e os supertufões Yagi (Vietnã, Laos, Tailândia, Mianmar) e Bebinca causaram estragos na Ásia.

9. Desaceleração da China

A China lançou uma série de medidas nas últimas semanas do ano para apoiar o crescimento, incluindo a redução das taxas de juros oficiais e o aumento do limite de endividamento dos governos locais. 

A segunda maior economia do mundo viu o seu crescimento ser prejudicado por uma crise imobiliária e pelo fraco consumo interno. 

Também enfrenta disputas comerciais acirradas com EUA e União Europeia, depois de acentuados aumentos nas tarifas americanas sobre veículos elétricos, baterias e painéis solares chineses no final de setembro, enquanto Bruxelas impôs tributos aos automóveis elétricos chineses.

Pequim respondeu com "medidas antidumping temporárias" contra bebidas alcoólicas europeias, incluindo o conhaque francês.

10. Auge da extrema direita europeia

As eleições europeias de junho confirmaram um avanço da direita nacionalista e radical na França, Alemanha, Bélgica, Áustria, Países Baixos e Itália. 

Na Áustria, o Parlamento elegeu uma figura da extrema direita como líder pela primeira vez em outubro, após a vitória histórica do Partido da Liberdade (FPÖ) nas eleições legislativas de setembro. Esta legenda ficou de fora das negociações para formar um governo por falta de aliados. 

Na França, uma frente republicana formada para as eleições legislativas impediu que o partido de extrema direita Reagrupamento Nacional chegasse ao poder, mas desencadeou uma crise política. 

A Alternativa para a Alemanha (AfD), de extrema direita, venceu uma votação regional pela primeira vez em setembro e obteve bons resultados em outras duas.

Dezenas de cidades na Inglaterra e na Irlanda do Norte foram abaladas por atos contra a imigração alimentados por agitadores de extrema direita.

11. A polêmica reeleição de Maduro na Venezuela

O esquerdista Nicolás Maduro foi proclamado presidente reeleito da Venezuela para um terceiro mandato consecutivo (2025-2031) nas eleições de 28 de julho, um resultado avaliado pelo Tribunal Supremo de Justiça, embora a contagem detalhada dos votos ainda não tenha sido publicada, como estabelecido por lei.

Sua reeleição é contestada pela oposição liderada por María Corina Machado, que afirma ter uma cópia de mais de 80% dos registros de votação que publicou em um site para demonstrar o triunfo do seu candidato, Edmundo González Urrutia.

A proclamação de Maduro gerou protestos nos quais 28 pessoas morreram e 200 ficaram feridas. 

González Urrutia pediu asilo na Espanha em 8 de setembro, depois que um mandado de prisão foi emitido contra ele. 

EUA, União Europeia e a maioria dos países latino-americanos não reconheceram a reeleição de Maduro. Washington reconheceu González Urrutia como "presidente eleito" da Venezuela em novembro, um passo seguido por Equador e Itália e pelo Parlamento Europeu, que concedeu o Prêmio Sakharov a ele e María Corina Machado. 

Maduro anunciou que assumirá seu novo mandato em 10 de janeiro. González Urrutia também declarou que tomará posse no mesmo dia na Venezuela. 

Herdeiro político do líder socialista Hugo Chávez, Maduro assumiu a presidência pela primeira vez em 2013.

12. Redes sociais monitoradas

As práticas nas redes sociais foram monitoradas de perto em 2024. 

Preso no final de agosto na França, o fundador e diretor-executivo do Telegram, Pavel Durov, foi acusado de rejeitar qualquer tipo de moderação em seu aplicativo de mensagens. A Justiça o censura pela passividade diante da divulgação de conteúdos criminosos.

O X, antigo Twitter, foi suspenso no Brasil por 40 dias em agosto, depois que seu proprietário, Elon Musk, se recusou a suprimir dezenas de contas da extrema direita acusadas de espalhar desinformação. O serviço foi reativado em outubro, após a plataforma atender às exigências do Supremo Tribunal Federal relacionadas ao combate à desinformação. 

Nos Estados Unidos, uma lei votada em abril obriga o proprietário chinês do TikTok a ceder esta rede social antes de 19 de janeiro. Segundo Washington, a plataforma permite às autoridades chinesas recolher indevidamente dados de usuários americanos. Caso a empresa não cumpra tal medida, o aplicativo será banido nos EUA.

A União Europeia investiga se o TikTok facilitou possíveis manipulações russas nas eleições presidenciais anuladas na Romênia.

13. Taylor Swift mania

A cantora americana Taylor Swift continuou sua gigantesca turnê mundial Eras, que já ultrapassou a barreira simbólica de um bilhão de dólares (R$ 5,5 bilhões na cotação atual) em receitas no final de 2023. 

Este valor, que já representa um recorde, pode duplicar para 2 bilhões de dólares (R$ 11 bilhões) ao fim da turnê em dezembro no Canadá, segundo a revista profissional americana Pollstar. 

Depois de percorrer os Estados Unidos e a América Latina em 2023, "Taylormania" conquistou Tóquio, Sydney, Paris, Madri e Londres este ano. 

Na etapa final de sua passagem pela Europa, a cantora teve que cancelar três shows em Viena após o anúncio de um projeto de ataque suicida.

As expectativas para 2025

Do segundo mandato de Donald Trump na Casa Branca até o saturado calendário do futebol, confiram cinco grandes acontecimentos aguardados para o ano de 2025.

Donald Trump, segunda parte

No dia 20 de janeiro, Donald Trump tomará posse como 47º presidente dos Estados Unidos, 11 semanas após a sua vitória esmagadora sobre Kamala Harris. 

O republicano fará o juramento de posse no Capitólio, a sede do poder Legislativo em Washington, invadido há quatro anos por seus partidários, que não aceitaram a derrota para Joe Biden nas eleições de 2020.

Apesar de quatro acusações e uma condenação penal, o magnata de 78 anos protagonizou um retorno insólito à Casa Branca, após uma campanha fora do comum, marcada por duas tentativas de assassinato.

Suas nomeações surpreendentes - Elon Musk para o Departamento de Eficiência Governamental ou o cético das vacinas Robert F. Kennedy Jr. para o Departamento de Saúde - prometem uma nova ordem nos Estados Unidos e no mundo. Seu nacionalismo antecipa o retorno de um país que tenta impor sua lei, já que o presidente eleito prefere as relações transacionais e de poder ao multilateralismo.

Em questão de semanas, ele ameaçou retomar o controle do Canal do Panamá e prometeu assinar "uma série de decretos para fechar a fronteira aos imigrantes ilegais", para "frear a invasão" dos Estados Unidos.

Aumento das emissões dos gases do efeito estufa

Será 2025 o ano em que o aumento das emissões mundiais de gases do efeito estufa vai parar?

Os cientistas estão cautelosos, atentos aos sinais da China, o maior poluidor do mundo, onde se espera que o aumento das emissões de CO2 procedentes da combustão de petróleo, carvão e gás seja praticamente nulo a partir de 2024.

Pela importância do país (30% das emissões mundiais), o impacto seria planetário. Glen Peters, do Global Carbon Budget, afirmou que não ficaria surpreso se o pico mundial for registrado nos próximos anos. "Estamos perto, mas precisaremos de alguns anos de dados para ter certeza", alerta.

Ignacio Arróniz Velasco, do centro de pesquisas E3G, acrescenta que o mundo não pode se contentar em estabilizar as emissões e precisará reduzi-las rapidamente, na expectativa de alcançar a neutralidade de carbono em menos de três décadas. "Não poderemos relaxar", disse.

Futebol e mais futebol

Em 2025, a questão do calendário saturado do futebol e do cansaço dos jogadores será central.

Entre os eventos programados está o Mundial de Clubes da Fifa, ampliado para 32 times e que privará os jogadores europeus das férias de verão, após uma temporada marcada pela adoção de um novo formato da Liga dos Campeões, com cada vez mais partidas... e faturamento.

A tendência de aumento constante do número de jogos oficiais continuará em 2026, com a participação de 16 novas seleções na Copa do Mundo, que será disputada no Canadá, México e Estados Unidos, o que significa 104 partidas, contra as 64 disputadas nos Mundiais anteriores.

Também será observada a crescente influência da Arábia Saudita, já que a tendência do país sede da Copa do Mundo de 2034 de injetar mais dinheiro no futebol pode transformar o cenário do esporte.

O uso do árbitro de vídeo (VAR), que altera profundamente o ritmo das partidas, provavelmente alimentará novas polêmicas.

Uma grande peregrinação na Índia

O festival hindu Kumbh Mela, o maior encontro de peregrinos do mundo, acontecerá entre janeiro e fevereiro em Prayagraj, uma cidade do centro-norte da Índia.

A estimativa é de que 400 milhões de peregrinos se reúnam às margens dos rios Ganges, Yamuna e Saraswati para formar uma gigantesca cidade efêmera. Ao mergulhar nos rios sagrados, os hindus buscam a purificação de seus pecados, com a esperança de "libertar-se do círculo vicioso terreno da vida e da morte".

O evento acontece a cada três anos, alternando entre quatro lugares sagrados (Prayagraj, Haridwar, Ujjain e Nashik).

O "Kumbh Mela" o "festival da jarra", patrimônio cultural imaterial da Humanidade da Unesco, tem sua origem na mitologia hindu, segundo a qual, durante 12 dias e 12 noites, os deuses e os demônios lutaram para recuperar uma jarra que continha o elixir da imortalidade.

Durante a luta, quatro gotas do valioso néctar caíram nos quatro locais sagrados.

Os retornos do Oasis e do BTS

Tanto o grupo dos dois irmãos mal-humorados do pop britânico, Oasis, quanto o grupo dos jovens e amados reis do K-Pop, BTS, retornarão em 2025 para a alegria de seus fãs.

Os irmãos Noel e Liam Gallagher, cuja lendária rivalidade causou a separação da banda em 2009, se reunirão para uma turnê mundial. Graças à reconciliação, cada um pode embolsar quase 50 milhões de libras, segundo analistas.

Os nostálgicos se apressaram em comprar os ingressos, uma tarefa marcada pelo caos devido às intermináveis listas de espera, preços elevados e sites fraudulentos.

Do outro lado do mundo, o grupo BTS prometeu a seu "ARMY", nome de sua comunidade de fãs, voltar a se reunir depois de junho, quando os sete integrantes devem concluir o serviço militar, obrigatório na Coreia do Sul.

O grupo criado em  2013, que vendeu dezenas de milhões de discos, gera bilhões para a economia sul-coreana. "O retorno do BTS terá, antecipadamente, um efeito positivo para as ações da HYBE", sua gravadora, afirmou um analista da Daishin Securities.

BUTLER, PENSILVÂNIA - 13 DE JULHO: O ex-candidato presidencial republicano, Donald Trump, é levado para fora do palco durante um comício em 13 de julho de 2024 em Butler, Pensilvânia.   Anna Moneymaker/Getty Images/AFP (Foto de Anna Moneymaker/GETTY IMAGES NORTH AMERICA/Getty Images via AFP)
BUTLER, PENSILVÂNIA - 13 DE JULHO: O ex-candidato presidencial republicano, Donald Trump, é levado para fora do palco durante um comício em 13 de julho de 2024 em Butler, Pensilvânia. Anna Moneymaker/Getty Images/AFP (Foto de Anna Moneymaker/GETTY IMAGES NORTH AMERICA/Getty Images via AFP)

2025, um ano caótico: guerras, alianças inéditas, Trump...

O ano de 2025 promete ser tão tenso quanto os anteriores, com guerras na Ucrânia e no Oriente Médio, alianças entre regimes autoritários e o retorno de Donald Trump ao poder nos Estados Unidos, cuja política externa pesa muito na agenda global.

No Oriente Médio, desde o ataque do movimento islamista palestino Hamas em 7 de outubro de 2023 em Israel, a região é cenário de um banho de sangue e está à beira de uma guerra generalizada.

A escalada parece estar sob controle entre Israel e o Irã, o principal apoiador do Hamas e do Hezbollah libanês, mas por quanto tempo?

O retorno de Trump e a nomeação de aliados incondicionais de Israel em seu governo parecem anunciar, exceto alguma surpresa, um cheque em branco para governo israelense de Benjamin Netanyahu.

Na Ucrânia, quando Trump retornar ao Salão Oval, a invasão pela Rússia terá quase três anos. A Ucrânia enfrenta uma situação muito difícil. Antes de ser eleito, Trump afirmou que resolveria a questão "em 24 horas".

A complacência de Trump com o presidente russo, Vladimir Putin, a nomeação de figuras críticas à Ucrânia para seu futuro gabinete e a possível interrupção da ajuda militar ao país fazem com que Kiev tema o pior.

Ainda sobre Trump, a futura política comercial e migratória dos Estados Unidos que poderá ter um forte impacto na América Latina. O protecionismo e o fortalecimento do dólar não são boa notícia para as economias latino-americanas. Deve haver ainda endurecimento das relações e sanções contra Cuba, Nicarágua e Venezuela

Do outro lado do mundo, Taiwan tem todos os ingredientes para um futuro conflito global.

A China a reivindica como parte do território e não descarta o uso da força para assumir o controle. Os EUA são o principal defensor da segurança de Taiwan, mesmo que não o reconheçam diplomaticamente.

Já a Coreia do Norte, que possui bombas atômicas, intensificou seus testes balísticos em 2024 e, assim como o Irã, fez uma aproximação sem precedentes com a Rússia, até mesmo assinando um tratado de defesa mútua.

"Putin quer soldados e munição norte-coreanos e, em troca, Pyongyang quer tecnologia militar", resume Fyodor Tertiskiy, pesquisador da Carnegie.

Andrew Yeo, do think tank Brookings, prevê "uma nova fase de grande instabilidade e possível escalada no nordeste da Ásia". "A cooperação militar com Moscou tem como pano de fundo o aumento das tensões na península coreana".

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