O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), afirmou que a decisão sobre a sua nomeação à presidência interina do PT depende do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, atualmente cotada para o ministério da Secretaria-Geral da Presidência. As declarações ocorreram nesta quarta-feira, 29, em entrevista à CNN Brasil.
"Tudo, daqui para frente, tem que ser combinado, em matéria de PT, com a presidenta Gleisi e com o presidente Lula. Eu sou soldado de um projeto", declarou. "O que for, será. Depende do presidente e da presidenta Gleisi. Aquilo que for me dado como missão, eu a cumprirei, como foi a missão que me foi dada no início do governo de que nós teríamos que estabilizar a relação política entre o Executivo e o Legislativo."
Gleisi deve ser a escolhida para ocupar a função exercida hoje por Márcio Macêdo no governo. A previsão é que o anúncio seja feito na reforma ministerial que deve ser anunciada até março.
Petistas relataram negociações para que Guimarães assuma o cargo no lugar de Gleisi até o meio do ano. Caso ocupe o posto, o deputado terá de conduzir o processo eleitoral para presidente do partido, cargo para o qual o ex-prefeito Edinho Silva é o mais cotado. Também está sendo considerado para o mandato-tampão da legenda o senador Humberto Costa (PT-PE).
A ida de Gleisi deve casar com a reforma ministerial na gestão de Lula. Guimarães defendeu uma "virada de chave" no governo federal e disse que é preciso garantir os devidos espaços para as bancadas partidárias do Congresso Nacional nos ministérios.
"A conjuntura política exige isso do governo, exige isso de nós", afirmou. "Agora, é uma virada de chave, é um novo momento. O governo tem que entregar tudo aquilo que foi anunciado, dialogar com o País, fazer com que as entregas sejam colocadas com toda a transparência para a sociedade, fazer as propagandas e a identificação dos projetos regionais e, evidentemente, fazer uma concertação."
Guimarães prosseguiu: "Se o nosso governo fizer a reforma ministerial, essa concertação, eu defendo, é necessária para a pacificar a relação cada vez mais, dar transparência naquilo que o governo pretende nestes próximos dois anos e, evidentemente, garantindo os espaços de cada bloco, de cada bancada, no governo".
Na sequência, o deputado disse que o governo precisa "sinalizar 2026", em referência às próximas eleições presidenciais. "Governo tem que agir com muita inteligência política, para buscar o máximo de consenso, para evitar qualquer perspectiva de esgarçamento das relações entre o poder Executivo e o poder Legislativo", declarou.