O PDT do Ceará fará reunião na próxima sexta-feira, 14, com a presença do presidente nacional licenciado, Carlos Lupi, e do presidente em exercício, André Figueiredo. A expectativa é de que a reunião possa sinalizar os rumos do partido no Estado, como conta o deputado estadual Antônio Henrique.
Ele integra a ala ligada ao ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio e também próxima a Ciro Gomes, ambos filiados à sigla brizolista, sendo oposição ao governador Elmano de Freitas (PT). O irmão dele, o vereador Jânio Henrique (PDT), é oposição ao prefeito Evandro Leitão (PT).
"O nosso pensamento já tem sido muito claro desde o primeiro dia do nosso mandato, que é um pensamento de oposição ao Governo do Estado, por não acreditar nesse projeto que está aí sendo colocado para o povo cearense e vamos continuar, pelo menos essa é a minha posição. Não sei qual será a orientação que o partido vai dar nesse encontro", disse ao O POVO nesta terça-feira, 11.
No segundo turno da eleição para prefeito de Fortaleza, com a derrota de José Sarto (PDT) no primeiro turno, o PDT se dividiu entre apoiadores de Evandro Leitão e os que aderiram ao então candidato bolsonarista André Fernandes (PL). Por enquanto, o partido não tem posição oficial em relação às gestões petistas no Ceará e Fortaleza.
Desde 2023, o partido vive incertezas. A tentativa de bater o martelo sobre apoio à gestão do governador Elmano de Freitas (PT) foi, inclusive, motivo de briga e de desavenças em encontros naquele ano. Na época, o senador Cid Gomes (PSB) era filiado ao partido e liderava ala de pedetistas que defendiam fazer parte da base do governador. O grupo de RC e do ex-presidenciável, e irmão de Cid, Ciro Gomes (PDT), já defendia ser oposição. Os rumos do partido foram um dos estopins para uma disputa pela presidência do partido no Estado. No fim, Cid e deputados aliados deixaram o partido e foram para o PSB.
"Hoje, de fato, eu não sei (o posicionamento do partido). Na verdade, essa reunião eu já defendia que deveria ter ocorrido há muito tempo atrás. Porque desde as eleições municipais, que aconteceram em outubro de 2024, e nós já estamos em fevereiro de 2025, nunca houve um encontro igual a esse que vai acontecer. Espero que seja um encontro para realmente discutir o rumo do partido", declarou Antônio Henrique.
Mesmo com a sigla dividida, seis dos oito vereadores integram a base de Evandro e outros pedetistas foram nomeados para cargos em secretarias municipais. O deputado estadual acredita que tais indicação não representam um posicionamento oficial partidário, mas sim individuais.
"Quem ganhou foi o Evandro e o partido não tomou nenhuma decisão. Acredito que os vereadores têm hoje, e até mesmo as secretarias oferecidas e aceitas por membros do partido, acho eu, não tenho certeza, que não foi decisão partidária. Foram mais decisões individuais de cada um, da vontade do prefeito e daquele que foi escolhido para ocupar esse cargo", afirmou.
E completou: "Isso pra mim não é bom que tenha acontecido dessa forma, porque você diminui as forças partidárias. E um partido tem de mostrar força, clareza, humildade e quando você anda realmente unido, todos abraçados, às vezes a gente consegue fazer muito mais para o povo do que fazer sozinho".