O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participou, neste domingo, 16, de manifestação na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. No discurso feito para apoiadores, ele disse que, mesmo "preso ou morto" vai continuar sendo um "problema" para o Supremo Tribunal Federal (STF). Houve espaço ainda para alegar que têm votos suficientes para conseguir a aprovação da proposta de anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de Janeiro.
"Eu estava nos Estados Unidos [no 8/1 em Brasília]. Se eu estivesse aqui, estaria preso até hoje ou quem sabe morto por eles. Eu vou ser um problema para eles, preso ou morto. Mas eu deixo acesa a chama da esperança, da libertação do nosso povo", disse Bolsonaro.
Ele foi denunciado pela Procuradoria Geral da República (PGR) como "líder" de um plano para se manter no poder diante da derrota em 2022, quando o então presidente foi derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O STF vai julgar, no dia 23 de março, se aceita a denúncia e torna Bolsonaro réu.
Bolsonaro defendeu a proposta de anistia aos condenados pelo 8 de Janeiro. Segundo ele, a oposição já tem votos suficientes para aprovar o projeto. "Já temos votos suficientes para aprovar na Câmara. Nós seremos vitoriosos. Nós veremos aparecer a Justiça. Se não é para aquele outro Poder que existe para isso, pelo Poder Legislativo. Até se o Lula vetar, nós derrubaremos o veto", declarou o ex-presidente.
Bolsonaro apontou que teve uma conversa com o presidente do PSD, Gilberto Kassab, em que teria sido firmado apoio das bancadas do partido no Congresso para a aprovação da anistia. A sigla tem três ministérios no governo de Lula.
O ex-presidente voltou a atacar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Bolsonaro acusou Moraes de ter tido uma "mão pesada" contra o PL nas eleições presidenciais de 2022.
"Por exemplo, eu não podia mostrar imagem do Lula defendendo o aborto, eu não podia mostrar imagem do Lula defendendo celular e dizendo que isso era para tomar uma cervejinha, eu não podia mostrar imagens do Lula com ditadores do mundo todo", disse.
Bolsonaro também voltou a questionar se realmente perdeu o pleito na quantidade de votos. Ele pediu aos seus apoiadores que eles elejam metade da Câmara e do Senado. Declarando que o STF "não vai derrotar o bolsonarismo", o ex-presidente defendeu que, caso controle o Legislativo, vai "mudar os destinos do Brasil".