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Bolsonaro usa ato para atacar Moraes e Lula e mandar recado ao Congresso
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Bolsonaro usa ato para atacar Moraes e Lula e mandar recado ao Congresso

| Pró-anistia | Manifestação contou com a presença de sete governadores. O ato foi convocado para pressionar pelo projeto de anistia para envolvidos no 8/1
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ATO de Bolsonaro pediu anistia para envolvidos na invasão das sedes dos Três Poderes (Foto: MIGUEL SCHINCARIOL/AFP)
Foto: MIGUEL SCHINCARIOL/AFP ATO de Bolsonaro pediu anistia para envolvidos na invasão das sedes dos Três Poderes

Na primeira manifestação de rua após se tornar réu no Supremo Tribunal Federal (STF) sob acusação de liderar uma tentativa de golpe de Estado, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse neste domingo, 6, em São Paulo, que as acusações contra ele são fruto de perseguição política, atacou o ministro Alexandre de Moraes e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e mandou recados ao Congresso sobre o projeto de anistia aos implicados no 8 de Janeiro.

Em um discurso de cerca de 25 minutos para apoiadores reunidos na Paulista, o ex-presidente afirmou que quem sofreu um golpe foi ele, ao ser derrotado na eleição de 2022, e que a manutenção de sua inelegibilidade em 2026 significaria "escancarar a ditadura no Brasil". Bolsonaro está inelegível até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O ex-presidente voltou a afirmar que seus adversários o querem "morto" e que sua saída do Brasil, em dezembro de 2022, sem reconhecer o resultado das urnas, foi medida de autoproteção. "Estou no caminho deles. Se acham que vou desistir, fugir, estão enganados. O que os canalhas querem é me matar", disse.

O ato na Paulista para pressionar por uma anistia aos envolvidos nos atos golpistas do dia 8 de janeiro de 2023 contou com a presença de sete governadores, além de parlamentares e outros aliados.

Embora tenham, na época, condenado a destruição na Praça dos Três Poderes, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), Romeu Zema (Novo-MG) e Ratinho Júnior (PSD-PR), agora pré-candidatos em 2026, defenderam ontem uma anistia aos radicais. "Quero prisão para assaltante, para quem rouba celular, para quem invade terra e para corrupto", disse Tarcísio em discurso. Segundo ele, se ovo, carne e outros alimentos estão caros, é porque Bolsonaro precisa voltar.

Segundo o Monitor do Debate Público do Meio Digital, da USP, a manifestação de ontem reuniu cerca de 44,9 mil pessoas na Paulista. O levantamento foi feito com base em fotos aéreas do momento de pico do ato, durante o discurso de Bolsonaro.

A manifestação foi marcada por referências à cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, que pichou "Perdeu, mané", com batom, a estátua da Justiça, durante o 8 de Janeiro. Moraes propôs pena de 14 anos de prisão para ela, que está em prisão domiciliar.

Bolsonaro levou ao caminhão de onde discursou a mãe e a irmã da ré. "Só um psicopata para falar que aquilo que aconteceu no dia 8 de janeiro foi tentativa armada de golpe militar", disse ele.

Durante o ato, os manifestantes fizeram coro de "Fora, Moraes" e criticaram a condução da proposta de anistia pelo presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB). (Agência Estado)

 

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