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Fraude no INSS: Cearense suspeito de envolvimento é exonerado de ministério
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Fraude no INSS: Cearense suspeito de envolvimento é exonerado de ministério

|Atuação| Servidor nascido no Ceará chefiava gabinete que tratava dos dados do Cadastro Único dos programas sociais do Governo Federal
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A investigação não faz menção ao cargo que ele ocupava no Ministério do Desenvolvimento Social (Foto: Divulgação / Secretaria de Comunicação Social)
Foto: Divulgação / Secretaria de Comunicação Social A investigação não faz menção ao cargo que ele ocupava no Ministério do Desenvolvimento Social

O cearense Francisco Assis Santos Mano Barreto, que chefiava o gabinete da secretaria que cuida dos dados do Cadastro Único (CadÚnico) dos programas sociais do Governo Federal, foi exonerado do cargo no último dia 9 de maio. Ele fazia parte do Ministério do Desenvolvimento Social.

O afastamento do cargo ocorreu após o UOL procurar o ministério, questionando sobre o fato do servidor ser um dos suspeitos de envolvimento no esquema de fraudes bilionárias nos descontos de aposentados e pensionistas do INSS. O ministério respondeu não ter sido informado da suspeita contra o servidor pelos órgãos de investigação e confirmou que ele seria exonerado, o que aconteceu no dia seguinte.

Investigado

Apesar de não haver nenhuma acusação contra ele envolvendo o CadÚnico, Mano Barreto é o primeiro investigado pela operação de fraudes do INSS de fora do Ministério da Previdência.

As fraudes ocorreram em todo o país e culminaram na Operação Sem Desconto, comandada pela Polícia Federal (PF). Segundo o UOL, Barreto foi alvo de buscas por parte da PF e teve bens bloqueados até o valor de R$ 101 milhões. As medidas ocorreram após pedido da PF no Ceará, onde a corporação apura suspeitas envolvendo quatro entidades locais.

Mano seria investigado pelo recebimento de valores de uma das empresas investigadas, com transações consideradas suspeitas pelo Conselho do Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Ele teria recebido R$ 22,3 mil de uma das empresas investigadas no período de março de 2023 a fevereiro de 2024.

O ministério alegou que não foi formalmente "comunicado pela Polícia Federal (PF), Controladoria-Geral da União (CGU) ou qualquer outro órgão sobre as investigações em curso".

Carreira

Mano Barreto tinha cargo no Ministério do Desenvolvimento Social desde fevereiro de 2023, hoje a função aparece como vaga no site do órgão. Antes disso, ele exerceu diversos cargos em mais de um ministério.

Em novembro de 2018, Mano Barreto foi nomeado coordenador-geral da Ouvidoria Previdenciária do Ministério do Desenvolvimento Social. Em fevereiro de 2019, passou a exercer a função de ouvidor-adjunto da Ouvidoria-Geral do Ministério da Cidadania.

Em setembro de 2021, foi designado para a função de coordenador-geral de Gestão de Pessoas, da Subsecretaria de Assuntos Administrativos, da Secretaria-Executivo do Ministério da Cidadania.

Em janeiro de 2022, foi designado para exercer o encargo de substituto eventual do cargo em comissão de Chefe de Gabinete, do Gabinete da Secretaria Nacional do Cadastro Único da Secretaria-Executiva, por cerca de um mês. Já em setembro de 2022, foi designado para exercer o encargo de substituto eventual de Chefe de Gabinete da Secretaria Nacional do Cadastro Único, novamente no Ministério da Cidadania.

 

Segundo o currículo ainda disponível nos arquivos dos servidores do ministério, Francisco exerceu anteriormente cargos ligados ao INSS, primeiro na cidade cearense de Sobral (10/2003 a 02/2010), depois na Superintendência Regional Norte/Centro-Oeste (02/2010 a 06/2011), na época sobre a gestão do ministro José Pimentel (PT), também cearense.

Mano Barreto é bacharel em Educação Física pela Universidade Estadual do Vale do Acaraú (UVA) e em Direito, pelo Instituto de Educação Superior de Brasília (IESB).

O POVO tentou contato com a defesa de Mano Barreto, mas não obteve sucesso. Caso haja algum retorno, a matéria será atualizada.

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