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Papa Leão XIV diz que união entre homem e mulher é " base da sociedade"
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Papa Leão XIV diz que união entre homem e mulher é " base da sociedade"

|Pautas| O americano defendeu, por outro lado, o desarmamento, o diálogo inter-religioso e "o pleno respeito da liberdade religiosa em cada país"
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PAPA participou de audiência com membros do Corpo Diplomático (Foto: AFP PHOTO / VATICAN MEDIA)
Foto: AFP PHOTO / VATICAN MEDIA PAPA participou de audiência com membros do Corpo Diplomático

O papa Leão XIV defendeu que é preciso investir na “família, fundada na união estável entre o homem e a mulher”, para construir sociedades harmoniosas e pacíficas, em audiência com membros do Corpo Diplomático do mundo na Sala Clementina do Palácio Apostólico Vaticano. O encontro aconteceu na manhã desta sexta-feira, 16.

“Cabe aos responsáveis governamentais esforçarem-se por construir sociedades civis harmoniosas e pacíficas. Isto pode ser feito, principalmente, investindo na família, fundada na união estável entre o homem e a mulher”, afirmou o pontífice.

Em discurso aos diplomatas, Leão XIV defendeu as posições tradicionais da Igreja Católica sobre o casamento e o aborto. Esta é a primeira declaração do novo papa após assumir o cargo. Em discursos anteriores já como pontífice, Leão XIV tinha focado em apelos para o cessar de guerras e a defesa de jornalistas presos. Como cardeal, declarações com seu entendimento sobre a benção a casais LGBTQIA+ eram antigas e escassas.  

Por outro lado, o pontífice reafirmou seu compromisso social, defendeu a luta contra as "desigualdades globais" e as "condições indignas de trabalho", e citou a própria história migratória.

Nascido nos Estados Unidos e naturalizado peruano, ele fez um apelo por "remediar as desigualdades globais, que traçam sulcos profundos de opulência e indigência entre continentes, países e, inclusive, dentro das próprias sociedades".

Robert Francis Prevost, filho de um pai de origem italiana e francesa e mãe de origem espanhola, pediu proteção para "a dignidade de cada pessoa".“Ninguém pode deixar de favorecer contextos em que a dignidade de cada pessoa é protegida, especialmente a das mais frágeis e indefesas, do nascituro ao idoso, do doente ao desempregado, seja ele cidadão ou imigrante”, discursou.

O sucessor de Francisco voltou a explicar que escolheu seu nome em uma referência a Leão XIII, o papa da primeira grande encíclica social, a 'Rerum novarum'. O texto, publicado em 1891, esboça a doutrina social da Igreja no contexto da primeira grande revolução industrial.

"A Santa Sé não pode se eximir de fazer sentir sua própria voz diante dos numerosos desequilíbrios e injustiças que conduzem, entre outras coisas, a condições indignas de trabalho e a sociedades cada vez mais fragmentadas e conflituosas", acrescentou o papa, durante o encontro na Sala Clementina do Palácio Apostólico.

Durante o encontro, o papa se apresentou como um "cidadão, descendente de imigrantes, que por sua vez emigrou".

Leão XIV, que viveu mais de 20 anos no Peru, lembrou sua passagem pela "América do Norte, América do Sul e Europa", uma trajetória que evidencia "esta aspiração de transcender os confins para encontrar-se com pessoas e culturas diferentes".

O papa, de 69 anos, também citou os "desafios que caracterizam nosso tempo" e citou a causa ecológica pela primeira vez, antes de mencionar novamente o tema da Inteligência Artificial.

O americano defendeu ainda "revitalizar a diplomacia multilateral", o desarmamento, o diálogo inter-religioso e "o pleno respeito da liberdade religiosa em cada país".

A Santa Sé mantém relações diplomáticas com 184 países, incluindo quase 90 que têm representação oficial em Roma, assim como com a União Europeia e a Ordem Soberana de Malta. (Com AFP)

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