A oposição se articula em conjunto, além do que o esperado há mais de um ano das eleições de 2026. A movimentação ganha contornos mais profundos já que se tenta conciliar forças antes adversárias na política cearense, como Ciro Gomes (PDT), Capitão Wagner (União Brasil) e André Fernandes (PL).
Pelo bloco, o nome do ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT) aparece como o mais lembrado no início das composições. Ele se mostrou o mais animado e, no fim de abril, lançou-se pré-candidato ao Governo do Ceará contra o PT.
Poucos dias depois, o ex-ministro Ciro Gomes participou do café da manhã com os deputados da oposição na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), mexendo com a política. Ele disse abertamente ter preferência por RC candidato, mas, aos parlamentares, deixou aberta a possibilidade dele mesmo concorrer ao pleito, caso seja mais competitivo e viável.
Essa fresta deixada pelo pedetista animou a oposição, inclusive o deputado federal André Fernandes, maior força eleitoral do bloco atualmente. Embora tenha proximidade com o ex-prefeito e o considere um quadro técnico qualificado, Ciro, por ter características combativas no debate, chama mais a atenção.
No café da oposição com Fernandes na Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor), o ex-governador participou por meio de ligação telefônica com os vereadores. Na oportunidade, Fernandes teria dito que, caso Ciro fosse o candidato, teria o apoio dos parlamentares.
No cenário em que os nomes de RC e de Ciro estão colocados, o de Roberto é ainda bem-visto entre André e membros da oposição, mas o do ex-ministro tem “atropelado” e pautado mais as discussões, inclusive causando mais incômodos na base governista.
Na avaliação do deputado bolsonarista, a expectativa era de que a pré-candidatura de RC causasse mais impacto, mas acabou sendo, em parte, ofuscado com a possibilidade do Ferreira Gomes entrar de vez na jogada.
Fernandes também se surpreendeu positivamente em como Ciro teve mais aceitação entre o grupo de apoiadores bolsonaristas e mais conversadores ligados à direita, enquanto o de Roberto Cláudio ainda tem mais resistência ou menos identificação no discurso.
Entre os pedetista, há um entendimento de que os dois são pré-candidatos. Embora o ex-presidenciável não tenha se manifestado publicamente sobre tentar novamente conquistar o Palácio da Abolição, ele pensa e tenta ser convencido pelos novos aliados a isso.