O Podemos e o PSDB estão em negociações para definirem se irão se fundir em um único partido. Os envolvidos aguardam até o dia 5 de junho, quando a sigla tucana deverá deliberar sobre a continuidade ou não das conversas.
No Ceará, o Podemos é presidido pelo ex-prefeito de Aracati, Bismarck Maia, sendo base do governador Elmano de Freitas (PT). Já o PSDB é comandado pelo prefeito de Massapê, Ozires Pontes, mas ainda liderado pelo ex-senador Tasso Jereissati, que se opõem ao PT no Estado.
Quem também articula pelo Podemos é o deputado federal Eduardo Bismarck (PDT), filho do presidente estadual da sigla. Apesar de ainda estar no PDT, o parlamentar deve em breve mudar de partido. Ele e seu pai se encontraram com Tasso no início das articulações e afirmam que a fusão será de comum acordo.
"Pelo que estou sabendo, o partido (PSDB) vai decidir acerca das negociações, se eles querem prosseguir ou não. Mas a fusão será de comum acordo. O Podemos é base na Capital, no Estado e no governo federal. Se a fusão ocorrer, isso será discutido no momento adequado", afirmou Bismarck Maia ao O POVO.
O ex-prefeito relatou que teve um momento com o ex-senador em uma conversa "super cordial de amigos" e destacou que o importante no momento é a reunião do diretório executivo do PSDB para definir sobre a fusão.
Ele, porém, afirmou que seu objetivo é que, após a junção dos dois partidos, a sigla seja base do PT no Ceará. "Trabalhamos nesse sentido, sim. É a nossa vontade", destacou.
"Esperar agora a decisão interna do PSDB. A partir dessa decisão e sendo conclusiva em favor da fusão, partiremos para outras decisões com a direção em cada estado, o programa do novo partido, o nome, e tais quais", completou o presidente estadual do Podemos.
Um encontro de tucanos de São Paulo está marcado para este sábado, 24. O movimento é organizado pela Iniciativa Voz e Ação Tucana e pelo Movimento Contra a Extinção do PSDB para que as bases partidárias sejam ouvidas antes da convenção nacional do dia 5 de junho.
"Esse é um chamado à militância, aos filiados, simpatizantes e a todos que acreditam que o PSDB ainda tem um papel importante na política brasileira. Vamos discutir juntos os caminhos possíveis e a sobrevivência do partido com independência, unidade e coragem", diz a descrição do evento.
No fim de abril, a cúpula nacional do PSDB aprovou por unanimidade alteração no Estatuto da legenda para que seja possível a fusão. A oficialização, no entanto, está marcada apenas para, justamente, 5 de junho.
Em meio ao diálogo sobre fusão, os tucanos viram a saída do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que se filiou ao PSD. A executiva nacional lamentou que a decisão ocorreu "exatamente no momento em que o PSDB está se reconstruindo e se fortalecendo para voltar a liderar um projeto nacional de centro".
“A fusão com o Podemos, caminho que estamos construindo para fortalecer o PSDB, contou inclusive com o voto do próprio governador Eduardo Leite", aponta o texto.