O PDT vive momento de complexidade e capaz de "endoidar", como brincou um filiado, quem busca entender seus diferentes posicionamentos e nuances de membros. Fato é que, atualmente, os partidários não falam a mesma língua.
Nacionalmente, a bancada decidiu deixar a base do presidente Lula (PT), mas sem necessariamente ser oposição, após a saída do presidente Carlos Lupi do Ministério da Previdência Social. Na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), os quatro parlamentares atuam na oposição ao governador Elmano de Freitas (PT). Na Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor), sete dos oito vereadores apoiam a gestão petista, inclusive com a vereadora Kátia Rodrigues atuando como secretária da Regional 7.
As principais lideranças no Estado, o ex-presidenciável Ciro Gomes (PDT) e o ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT), estão em vias de deixarem o partido. Os dois fazem oposição a gestões petistas. As bancadas vivem futuro incerto.
Atualmente, o PDT tem quatro deputados federais em exercício. Destes, apenas André Figueiredo, vice-presidente nacional e presidente do partido no Ceará, tem permanência garantida na sigla. Os demais são cogitados em outras legendas.
Eduardo Bismarck, licenciado para ser secretário de Turismo do Ceará, declarou que deverá deixar o PDT para se filiar ao Podemos, sigla presidida por seu pai, Bismarck Maia, no Estado. Já Idilvan Alencar, Mauro Filho, Leônidas Cristino e Robério Monteiro são ventilados no PSB e foram citados pelo senador Cid Gomes (PSB) para fazerem a movimentação.
Idilvan, atualmente secretário da Educação de Fortaleza, afirmou que deixará a decisão para a janela partidária, apenas em 2026. Mauro chegou a ser dado como certo de permanecer no PDT, segundo Figueiredo, mas, em declaração recente, o deputado lembrou que sua base está no PSB. Cauteloso, ele disse ainda cedo para fazer qualquer definição, ficando também para o ano que vem. Já Leônidas e Robério irão para o PSB acompanhar Cid Gomes.
Todos os quatro deputados remanescentes que o PDT tem hoje na Alece devem ter os seus futuros longe do partido. 14 parlamentares, entre titulares e suplentes, deixaram a sigla, a maioria para se filiar ao PSB. Alguns foram para o PT.
Cláudio Pinho e Queiroz Filho são ventilados para ingressarem no União Brasil, provável destino de Roberto Cláudio. A legenda irá se federar com o PP, formando um bloco forte para 2026.
Já Antônio Henrique e Lucinildo Frota estão no radar do PL. Eles receberam o convite, de forma informal, para migrarem ao partido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), sendo o destino de momento no páreo para os deputados.
De toda a bancada na Câmara de Fortaleza, apenas PPCell é oposição ao prefeito Evandro Leitão (PT). Ele confirmou os planos para deixar o PDT por não se identificar mais com as pautas do partido. Ele tem planos de se candidatar a deputado federal pelo PL em 2026. Ele já tem acordo com a agremiação bolsonarista e aguarda desfiliação do partido atual.
Outro pré-candidato a um pleito no ano que vem é o ex-presidente da Casa, Gardel Rolim, que tentará uma vaga de deputado estadual. Embora seja base de Evandro, seu futuro partidário é incerto, uma vez que há dúvidas sobre a continuidade de lideranças e parlamentares.