O secretário-geral do PL e líder da oposição no Senado Federal, Rogério Marinho, afirmou nesta terça-feira, 27, que não há possibilidade de o partido apoiar Ciro Gomes (PDT) para o Governo do Ceará em 2026. A fala vem em momento que o ex-governador se alia a bolsonaristas no Estado de olho nas eleições.
Ao O POVO, Marinho destacou que o ex-ministro é opositor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e não há afinidade de pautas entre o pedetista e os membros da direita, inviabilizando o apoio.
"O ex-governador e ex-ministro Ciro é um opositor declarado do presidente Bolsonaro. E evidente que não há afinidade nem dele conosco nem nossa com ele. Há uma reciprocidade de sentimentos em relação a uma eventualidade de um apoio", declarou o senador.
"Não haverá possibilidade de o PL apoiar o Ciro pro Governo do Estado. A candidatura dele é legítima, mas sem o nosso apoio", afirmou.
As falas de Rogério, que é um dos principais articuladores do partido e do bolsonarismo em Brasília, vão na direção contrária das ventilações do PL no Ceará. Ciro Gomes se encontrou com deputados estaduais e abriu a possibilidade de se candidatar a governador, animando os novos aliados.
Inclusive, o deputado federal André Fernandes (PL), que recebeu apoio do pedetista, nos bastidores, para prefeito de Fortaleza em 2024, elogiou o ex-presidenciável o chamando de "preparado" e "inteligente" afirmando que o partido poderia abrir mão da cabeça de chapa para apoiar Ciro, que seria um "candidato fortíssimo". A fala não teria sido bem recebido na alta cúpula bolsonarista.
Embora vá na direção contrária em relação a Ciro, Marinho fez elogios ao deputado cearense. "O André é um extraordinário quadro da política do Ceará e do Brasil. Teve uma performance admirável na sua candidatura a prefeito de Fortaleza. Nós inclusive acreditávamos na sua vitória. Mostrou muita capacidade de articulação, porque no 2º turno reuniu vários quadros da política cearense em torno da sua candidatura", exaltou.
Marinho disse que o bloco de oposição irá ter candidaturas aos governos, inclusive no Ceará, mas que não necessariamente o PL encabece a cabeça da chapa. Ele citou o União Brasil e o Novo para a aliança.
"Nós vamos ter candidaturas ao Governo do Estado, não necessariamente do PL, existem outras forças políticas. Tem o União Brasil que já nos apoiou, tem o Novo do Eduardo Girão. Então isso vai ser discutido ao longo desse período e nós vamos ter candidaturas ao Governo do Estado, ao Senado da República e vamos trabalhar para ter uma boa bancada de deputados federais e fazermos a diferença nas eleições de 2026 no Ceará", destacou. (Com informações de João Paulo Biage, correspondente do O POVO em Brasília)