O prefeito de Fortaleza Evandro Leitão (PT) afirmou que o pacote de redução de gastos da Prefeitura, anunciado ainda em janeiro de 2025, já apresenta "resultados significativos". A declaração foi dada nesta quarta-feira, 28, em evento que a Prefeitura anunciou o Projeto Mestres da Pós, na Praia do Futuro.
"Eu posso dizer para vocês que nós já temos resultados e significativos, positivos desse contingenciamento que nós fizemos em toda máquina e que se fez necessário fazermos, tomarmos essas decisões", explicou, sem apresentar dados.
Segundo o prefeito, uma reavaliação do pacote será feita ao final de junho, onde será definido se o pacote será ampliado, reduzido ou até extinto.
Com 15 dias de mandato, Evandro e equipe anunciaram uma série de medidas de contenção orçamentária para a nova gestão, visando o "equilíbrio das contas da Prefeitura de Fortaleza". A vigência prevista era, pelo menos, até 30 de junho de 2025, sendo reavaliadas posteriormente.
Dentre as ações anunciadas, estava a diminuição de 20% no salário do prefeito, da vice e de secretários, além da redução de quase 30% nos gastos com servidores terceirizados e comissionados. Entretanto, parte dos secretários que tem cargos como parlamentares, poderiam não ser afetados pela medida, pois tem a opção de escolher receber o valor do salário de parlamentar.
Na época, também foi anunciado corte de 25% com pessoal contratado por cooperativas e 25% nos pagamentos a Organizações Sociais (OSs). Estava prevista ainda a suspensão de diárias e horas extras, com exceção de Secretaria da Saúde, Instituto José Frota e Guarda Municipal.
O plano incluía a suspensão de todos os contratos, licitações e serviços considerados não essenciais ou urgentes. Haveria a reavaliação todos os contratos de locação de imóveis.
Evandro tinha prometido ainda suspensão da admissão de novos terceirizados. Leitão já havia reconhecido dívida de R$ 60 milhões por falta de pagamento do ex-prefeito José Sarto (PDT) e anunciado exoneração mais de 1,5 mil remanescentes da antiga gestão em um único dia. Desde o processo de transição das gestões, o grupo de Evandro apontava que o governo enfrentaria dificuldades diante da situação que a nova gestão receberia a Prefeitura de Fortaleza.
Isso, segundo o prefeito, motivaria o "apertar" de cintos e a necessidade de "arrumar a casa". "Cumpriremos tudo aquilo que nós anunciamos para a população de Fortaleza. Não neste primeiro momento, evidentemente, que eu não terei condições. Eu repito que nós temos que ajeitar a nossa casa, organizar nossa casa, para que a gente possa fazer um planejamento. Hoje, do jeito que está, nem planejamento a gente tem condições de fazer", justificou Evandro ainda em janeiro, quando as medidas foram anunciadas. (Colaborou Rogeslane Nunes/Especial para O POVO)