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Glauber Braga acredita que Motta é contra a sua cassação
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Glauber Braga acredita que Motta é contra a sua cassação

|Mandato| O deputado foi acusado pelo partido Novo de ter faltado com decoro parlamentar ao expulsar da Câmara integrante do Movimento Brasil Livre (MBL)
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Deputado Glauber Braga (Psol-RJ) expulsou membro do MBL da Câmara Federal  (Foto: Mario Agra / Câmara dos Deputados)
Foto: Mario Agra / Câmara dos Deputados Deputado Glauber Braga (Psol-RJ) expulsou membro do MBL da Câmara Federal

O deputado federal Glauber Braga (Psol) veio a Fortaleza para ato em defesa do seu mandato, que pode ser cassado. O evento aconteceu em ato na Praça de Gentilândia nesta sexta-feira, 30, com a presença de parlamentares tanto do Psol como do PT.

O parlamentar relatou ter tido uma conversa com o atual presidente, Hugo Motta (Republicanos-PB), por apenas 30 segundos, mas afirmou ter a impressão de que ele não quer a sua cassação para evitar ficar com a imagem "marcada" por este feito.

"A minha impressão é que ele não quer a cassação. Porque fica muito ruim ele ficar com a marca como presidente da Câmara de quem operou ou, pelo menos, presidiu uma sessão de cassação de mandato popular que fica cada vez mais flagrante que se trata de uma perseguição política evidente", afirmou.

Em visita ao O POVO, Glauber comparou o seu caso com o de outros deputados federais como Chiquinho Brazão (União-RJ), Gilvan da Federal (PL-ES) e Alexandre Ramagem (PL-RJ) citando haver desproporcionalidade.

"É justo um deputado que foi acusado de ser o mandante do assassinato de Marielle ter os seus direitos políticos preservados com a cassação dele não sendo levado ao plenário? Que o Gilvan da Federal que é reincidente em violência política de gênero ter a suspensão diminuída? Ramagem grampeou meio mundo e teve aprovação de anistia aprovada. Há alguma proporcionalidade em relação a algum desses casos em relação ao meu caso? Na minha avaliação não tem proporcionalidade nenhuma", disse.

O deputado está sob a possibilidade de perder o mandato após empurrar e colocar para fora da Câmara dos Deputados um integrante do Movimento Brasil Livre (MBL). O partido Novo acusou o parlamentar de  faltado com decoro parlamentar. O jovem ofendeu Glauber e a mãe dele, que estava doente e faleceu poucos dias depois. 

Eleições 2026: combate entre esquerda x direita

Sobre as eleições em 2026, Glauber Braga declarou que há um movimento majoritário interno do Psol de apoiar a reeleição do presidente Lula (PT). Em relação ao embate nas urnas para evitar o crescimento da extrema-direita, ele acredita ser necessária uma posição política de maior mobilização e medidas econômicas que impactem diretamente a população.

"Reforçar uma posição política a quente. Tem que tensionar, mobilizar, tá junto das pessoas. Combinado a isso tem que ter medidas econômicas que não flertem com a dinâmica da austeridade. Garantir comida na mesa do povo, ampliar os investimentos em saúde. Essas duas combinações é o que pode dar a chave pra que você enterre a possibilidade de retorno da extrema-direita à presidência da República", disse.

Ao citar exemplos do crescimento da extrema-direita em outros países como França e Argentina, Glauber explicou que é preciso uma esquerda com o que chamou de "radicalidade política" que faça um enfrentamento direto com essa ala.

"O que tem ainda faltando como consolidação no mundo. Se você tem uma consolidação da extrema-direita, onde é que tá a esquerda com radicalidade política que faz um enfrentamento mais frontal a essa extrema-direita. Esse é o papel do Psol. Fazer esse enfrentamento à extrema-direita fascista, mas não deixar de mostrar que essa extrema-direita caminha com uma agenda neoliberal privatizante. Isso é o que dar força e movimenta um partido com as nossas caraterísticas", argumentou.

Neste cenário de embate eleitoral, Glauber defendeu que a esquerda não baixe suas bandeiras, mas as mantenha juntamente com aquelas que dialoguem diretamente e que causem impactos de imediato na maioria da população, a exemplo do fim da escala de trabalho 6x1, proposta pela deputa federal Érika Hilton (Psol-SP).

"Se a gente defende essa pauta, a maioria do povo vai tá com a gente. E essa extrema-direita não vai defender e vão ter que se explicar. Quando foi a última vez que o Nikolas Ferreira veio se explicar a publicamente sobre alguma pauta? Foi justamente sobre a escala 6x1. Nas reivindicações da classe trabalhadora eu acho que a esquerda tem que apresentá-las, manter o conjunto das bandeiras levantadas, mas tem que apresentar essas pautas de maneira direta e incisiva. A escala 6x1 é um desses exemplos", completou.

 

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