O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou o governo Donald Trump neste domingo, 1º, após o Departamento de Estado americano sugerir sanções contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Moraes se tornou um dos alvos do governo Trump após decisões do magistrado brasileiro que afetaram plataformas digitais sediadas nos Estados Unidos e aliados da Casa Branca, como Elon Musk, dono do X (antigo Twitter). O secretário de Estado americano, Marco Rubio, afirmou dias atrás que "há grande possibilidade" de Moraes ser alvo de sanções.
"Você veja, os Estados Unidos querem processar o Alexandre de Moraes porque ele está querendo prender um cara brasileiro que está lá nos Estados Unidos fazendo coisa contra o Brasil o dia inteiro. Ora, que história é essa de os Estados Unidos quererem criticar alguma coisa da Justiça brasileira? Nunca critiquei a Justiça deles. Eles fazem tanta barbaridade, tantas guerras, eu nunca critiquei", declarou Lula.
Os comentários foram feitos durante discurso de uma hora no 16º congresso nacional do PSB, partido do vice-presidente, Geraldo Alckmin.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que se licenciou do mandato na Câmara dos Deputados para viver nos Estados Unidos e se dedicar a pressionar o governo Trump por sanções contra o STF, tem tido apoio de uma espécie de "bancada anti-Alexandre de Moraes" no Congresso americano.
O governo Trump fez publicação em português na quinta-feira, 29, afirmando que "nenhum inimigo da liberdade de expressão dos americanos será perdoado", uma semana após Rubio ter mencionado as sanções contra Moraes. A declaração foi publicada no perfil do X (antigo Twitter) do Bureau of Western Hemisphere Affairs (WHA), um órgão vinculado ao Departamento de Estado dos Estados Unidos, responsável por lidar com políticas e relações com o Hemisfério Ocidental, incluindo América Latina e Caribe.
Lula também pediu atenção às eleições ao Senado no ano que vem. Isso porque os bolsonaristas planejam eleger uma "superbancada" na Casa - que vai renovar dois terços de suas 81 cadeiras no pleito do ano que vem - para poder confrontar a Suprema Corte e aprovar impeachment de ministros, em especial Moraes.