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Moraes decreta prisão de Carla Zambelli e inclusão do nome dela na lista da Interpol
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Moraes decreta prisão de Carla Zambelli e inclusão do nome dela na lista da Interpol

|Processo| A deputada deixou o Brasil após ser condenada a dez anos de prisão pelo STF
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A deputada foi condenada pela invasão hacker aos sistemas do CNJ (Foto: Paulo Sergio / Câmara dos Deputados)
Foto: Paulo Sergio / Câmara dos Deputados A deputada foi condenada pela invasão hacker aos sistemas do CNJ

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decretou nesta quarta-feira, 4, a prisão preventiva da deputada Carla Zambelli (PL-SP). A decisão atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). De acordo com Moraes, a parlamentar tentou "se furtar da aplicação da lei penal" ao deixar o Brasil 20 dias após ter sido condenada pelo STF. Segundo a assessoria da deputada, ela estava na Flórida, nos Estados Unidos. 

"Após a sua condenação, com a fuga do distrito da culpa, a ré declarou que pretende insistir nas condutas criminosas, para tentar descredibilizar as instituições brasileiras e atacar o próprio Estado democrático de direito, o que justifica, plenamente, a decretação de sua prisão preventiva", disse o ministro do STF.

Moraes mandou bloquear os passaportes de Zambelli, inclusive o documento diplomático que a deputada possui em razão do cargo, e incluir o nome dela na lista de difusão vermelha da Interpol - da qual fazem parte 196 países - para viabilizar uma extradição.

Outra determinação do ministro é para que a Câmara suspenda o pagamento de "vencimentos e quaisquer outras verbas" destinados ao gabinete de Zambelli. A decisão prevê também o bloqueio de transferências, inclusive por meio de Pix, de veículos e de canais e perfis nas redes sociais. Antes de sair do Brasil, a deputada disse ter arrecadado pelo menos R$ 285 mil via Pix - as doações, afirmou, vieram de apoiadores.

A deputada anunciou nesta terça-feira, 3, que está fora do Brasil e que pretende pedir licença do mandato para viver na Europa, onde vai denunciar o que considera "abusos" do Supremo. Não há registros da saída dela do País.

"Lamentavelmente, o intuito criminoso de Carla Zambelli permanece ativo e reiterado, insistindo a condenada - mesmo que de modo atabalhoado e confuso - na divulgação de notícias fraudulentas, no ataque à lisura das eleições e nas agressões ao Poder Judiciário", diz outro trecho da decisão de Moraes. 

Zambelli foi condenada pela Primeira Turma do STF a dez anos de prisão, em regime inicial fechado, e à perda do mandato parlamentar pela invasão hacker aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A pena imposta só não começou a ser cumprida porque há recursos pendentes.

A deputada do PL responde ainda a um processo criminal na Corte por perseguir, com uma pistola, um homem na véspera do segundo turno das eleições de 2022. Zambelli é ré por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal com emprego de arma de fogo.

 

 

O pedido de prisão preventiva da deputada inclui também outras medidas impostas contra a agora foragida da Justiça brasileira. Uma delas é que o nome de Zambelli seja incluído na lista de difusão vermelha da Organização Internacional de Polícia Criminal, a Interpol. Essa lista auxilia a cooperação internacional para um foragido ser extraditado e responder por crimes aos quais já foi condenado ou para ser julgado pela Justiça daquele país.

O pedido para ter um nome incluído na lista deve ser feito pela Justiça do país interessado e é analisado na sede da organização, em Lyon, na França. A infração em questão deve ser um crime grave de direito comum e há condições que impedem a inclusão de nomes, como questões políticas, religiosas, culturais, militares ou raciais.

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