Minuta do golpe
Bolsonaro negou que tenha discutido planos de dar um golpe, argumentando que apenas debateu alternativas dentro da Constituição. Essas alternativas teriam sido avaliadas, segundo Bolsonaro, após Moraes multar o partido dele, o PL, em R$ 22,9 milhões por contestar o resultado das eleições no TSE.
Bolsonaro disse que buscou os militares porque "não tinha clima para convidar" mais ninguém. "Sobrou eles, até como um desabafo", explicou-se. "E eu confesso que muita coisa que eles falaram eu absorvi e chegou à conclusão rapidamente que não tinha mais o que fazer." Depois disso, Bolsonaro disse que apoiou a transição pacífica de governo. "Pacifiquei o máximo que pude nos dois meses de transição." O ex-presidente também negou ter "enxugado" a minuta de golpe.
Bolsonaro também negou que soubesse do plano "punhal verde e amarelo" — que, segundo a denúncia da PGR, previa o assassinato do ministro Moraes, do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e do vice dele, Geraldo Alckmin.
Urnas eletrônicas
Bolsonaro voltou a pôr o sistema ELEITORAL em dúvida e argumentou que ele não é o único com esse posicionamento, citando declarações atribuídas por ele ao ministro Flávio Dino, do STF. "Se eu exagerei na retórica, devo ter exagerado, com certeza. Mas o meu objetivo sempre foi mais uma camada de proteção para as eleições, de modo que evitasse qualquer conflito, qualquer suspeição".
Pressão sobre ministro
Bolsonaro negou ter pressionado o general Paulo Sérgio Nogueira para que as Forças Armadas elaborassem um relatório desfavorável às urnas eletrônicas.
Acusações contra o STF
Moraes perguntou a Bolsonaro sobre uma acusação feita por ele de que membros da corte teriam recebido propina de "50 milhões de dólares". Bolsonaro argumentou que a fala foi um "desabafo" e pediu desculpas. O ex-presidente disse ter se sentido injustiçado pelas autoridades eleitorais. "Eu fui alvo de muita coisa. Agora, o outro lado podia tudo, até me chamar de genocida."