O presidente estadual do PSD e secretário Domingos Filho (Desenvolvimento Econômico) considera que toda discussão sobre "formação de chapa eleitoral" neste momento "é precipitada" e "só interessa ao campo da oposição".
O pessedista, no entanto, afirmou que o partido saiu forte da disputa municipal de 2024 e que está disposto a "ocupar espaço" no arco de sustentação do governador Elmano de Freitas, do PT.
"As urnas de 2024 consolidaram o PSD como a terceira força política no estado, atrás de PT e PSB", respondeu Domingos, citando avanço da agremiação no que diz respeito ao número de prefeitos e também de vereadores cearenses.
Ainda de acordo com ele, "a base do governador Elmano", na qual se inclui o PSD, "é composta por vários partidos que têm interesse em participar do processo" de desenho da nominata que estará nas urnas ano que vem.
Segundo a liderança, no entanto, "o PSD só vai falar em eleição em 2026" porque "a antecipação não contribui para quem está no curso do mandato executivo precisando manter e ampliar entregas de obras e serviços à população".
Hoje à frente da SDE, Domingos mantém aliados em postos-chave do bloco governista no Ceará, a exemplo da vice-prefeita de Fortaleza, Gabriella Aguiar (PSD), eleita ao lado de Evandro Leitão (PT) - ela é filha de Domingos.
Ex-vice-governador do Estado na gestão de Cid Gomes, o secretário tem se preservado longe do burburinho em torno da composição da chapa majoritária que irá para a corrida eleitoral de 2026. Entre membros da base, o entendimento é de que o PSD já foi contemplado com bom pedaço da gestão petista, seja no nível municipal ou estadual.
Como enfatiza Domingos, porém, a legenda é a terceira maior do Ceará, condição que lhe franquearia mais lugares de relevo no arco de aliança.
Uma das possibilidades, por exemplo, seria a indicação do deputado federal Luiz Gastão (PSD) para uma suplência de senador, possivelmente de Cid ou do quadro indicado por ele para o grupo - a preço de hoje, esse nome seria o do também deputado federal Júnior Mano (PSB).
Ao O POVO, no entanto, Gastão, que preside o PSD em Fortaleza, afastou a hipótese de pleitear o Senado. "Meu trabalho será na direção de minha reeleição na Câmara Federal e de fortalecer a chapa", respondeu, acrescentando que "o PSD continua na organização para formar nossas chapas".
"Quanto à participação na chapa majoritária", prosseguiu Gastão, "caberá ao presidente Domingos Filho a condução, mas a discussão só deverá ocorrer no próximo ano".
Para os pessedistas, queimar a largada nesse debate tem municiado o grupo de Capitão Wagner (União Brasil) e do ex-prefeito Roberto Cláudio, que encabeçam o bloco anti-PT no Estado.
Dentro do governismo, contudo, essa conversa tem ganhado terreno, sobretudo quanto ao preenchimento das vagas para o Senado e para a vice de Elmano. Atual vice-governadora, Jade Romero pode não ter o apoio do MDB de Eunício Oliveira, que quer disputar o Senado.