Pelo terceiro ano seguido, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não compareceu ao convite dos organizadores para participar da Marcha para Jesus, nesta quinta, 19, em São Paulo. Advocacia-Geral da União, Jorge Messias, que é evangélico e nos outros anos também foi o representou. Em 2023, o ministro foi vaiado.
Em mensagem, Lula lamentou não ter conseguido comparecer ao evento devido a compromissos de governo. O presidente destacou a atuação de Apóstolo Estevam Hernandes e Bispa Sônia, líderes da Marcha para Jesus, como "verdadeiros pastores do seu povo".
"Desde que sancionei, com muito orgulho, a lei que instituiu o Dia Nacional da Marcha para Jesus, em 2009, vejo com esperança como essa celebração cresceu e se tornou um símbolo de unidade, paz e compromisso com os valores cristãos: a compaixão, a misericórdia, o respeito às diferenças e o amor ao próximo", disse Lula em nota nesta quinta-feira, 19.
"Ver o tamanho que essa celebração ganhou ao longo dos anos me faz lembrar de Davi, no propósito de unir o seu povo e colocar a adoração a Deus no centro da vida pessoal e da nação", acrescentou.
De acordo com o presidente, a marcha é muito mais do que um evento. Lula destacou ainda, a força e a generosidade do povo brasileiro, "um povo de fé, que não desiste", e afirmou que é isso que inspira o governo a colocar a família brasileira no centro das decisões, "cuidando de quem mais precisa".
O mandatário reafirmou o compromisso do seu governo com a liberdade religiosa e com o respeito à diversidade de crenças, afirmando que a pluralidade religiosa é uma das maiores riquezas da nossa democracia. "Nosso governo tem promovido o diálogo inter-religioso, respeitado as diferentes crenças, e valorizado o papel das igrejas na construção de um Brasil mais justo e solidário".
O evento teve clima de festa religiosa de maioria evangélica e forte mobilização de fiéis, com público estimado de 2 milhões pela organização. A marcha reuniu carros de som, músicas gospel e bandeiras de Israel, em meio à recente escalada de tensão e troca de ataques com o Irã.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), cantou louvores e subiu no trio elétrico com uma bandeira de Israel nas costas. Cotado como possível candidato à Presidência da República em oposição ao presidente Lula, Tarcísio foi muito festejado. Durante discurso no palco, abordou o "arrependimento por nossos caminhos".
"Hoje é o dia da reconciliação. É o dia de louvar, de agradecer, de se humilhar, de orar, de pedir perdão pelos nossos caminhos. E aí, a praga vai embora. O mal se afasta. A gente se reencontra com a prosperidade. A gente se reencontra com a bênção", disse o governador. "É um dia de reconciliação, de buscar perdão. E se a nação sucumbir à idolatria e à corrupção?", questionou.
Em discurso marcado por referências bíblicas, Tarcísio evocou trechos bíblicos. Entre as autoridades presentes estavam o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), o secretário de Relações Institucionais, Gilberto Kassab (PSD) e o presidente nacional do MDB, deputado federal Baleia Rossi. (Agência Estado)