Em entrevista ao programa O Povo no Rádio, na manhã desta segunda-feira, 30, na rádio O POVO CBN, o prefeito de Fortaleza, Evandro Leitão (PT), apontou a saúde como o que mais o incomoda e o maior desafio nesses primeiros seis meses de gestão.
"O que mais me incomoda, que a gente já melhorou, mas precisamos melhorar muito, é a questão da saúde em Fortaleza. A gente tem hoje umas das maiores redes do Brasil, a maior do Nordeste", explicou.
O prefeito fez um comparativo com a capital baiana, para mostrar a complexidade da rede de saúde de Fortaleza. "Uma cidade como Salvador, com o porte muito parecido com o nosso, tem apenas um único hospital municipal. Nós temos 10 hospitais municipais, temos 16 Caps, temos 6 UPAs, temos 4 policínicas, temos 134 postos de saúde. Então, nós temos uma rede grande da atenção primária, que é a porta de entrada, para que a gente possa dar os devidos encaminhamentos e não sufocar as unidades secundárias e terciárias", justificou.
Evandro explicou que, na saúde, há o que chamou de "tripé de funcionamento", com a questão dos medicamentos das unidades de saúde, a estrutura física desses locais e a questão dos profissionais que neles atuam.
Quanto à estrutura física, o prefeito falou que já iniciou intervenções em algumas unidades, como o Hospital Instituto Dr. José Frota (IJF), o Hospital Nossa Senhora da Conceição e no Frotinha da Messejana. No entanto, acrescentou, há muito o que fazer para recuperar a rede de saúde da Capital, em termos estruturais.
"Para isso, eu estou me empenhando muito. Nós iremos iniciar, ainda no segundo semestre, a recuperação da estrutura física de toda a nossa rede. Dos 134 postos de saúde, nós temos 90 que precisam de intervenções. Dos 16 Caps - aliás, dos 15, porque tem um que a gestão anterior fechou para reforma e não iniciou, então está fechado - nós precisamos de intervenções em 13. Dos 10 hospitais, temos que fazer intervenção em sete", listou o prefeito.
Leitão afirmou que, após "sofrer um pouco", a Prefeitura conseguiu normalizar a distribuição de medicamentos nas unidades de saúde do município. Ele afirmou que mais de 80% da população de Fortaleza utiliza o Sistema Único da Saúde (SUS), mas que encontrou grande inadimplência quando assumiu, em janeiro.
"Quando nós recebemos a Prefeitura de Fortaleza, nós recebemos com uma inadimplência enorme, sobretudo na área da Saúde, que foi de R$ 508 milhões de inadimplência na Secretaria da Saúde", afirmou, citando que esse montante referia-se a valores relativos a pagamentos a organizações sociais, pagamento de cooperativas, e de medicamentos, propriamente ditos.
"Somente no IJF nós tínhamos uma inadimplência em torno de R$ 80 milhões. Existia um alto índice, valores expressivos sendo devidos a empresas de medicamentos, o que acabou impactando", completou.
Fechando o tripé, Evandro falou do investimento que tem sido feito nos profissionais da saúde. "Nós estamos chamando agora um número bastante considerável de profissionais, tanto do IJF, da Fagifor, quanto de concursos", relembrou.
Para o petista, o conjunto de ações têm um objetivo claro, "transformar a saúde de Fortaleza em uma das melhores do país", apesar de não estar pensando hoje em deixar essa ou aquela marca na gestão.