O deputado federal José Guimarães (PT-CE), líder do governo Lula, participou da segunda edição do O POVO News na última quarta-feira, 2. Ele comentou o veto do Congresso às mudanças propostas pelo governo Lula no que se refere ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF); o recurso ao STF para reversão da decisão do Legislativo e a expectativa de concorrer ao Senado, em 2026.
Guimarães explicou que o IOF foi uma "medida essencial para equilibrar as contas públicas" e preservar programas sociais, como o Minha Casa e Minha Vida, BPC, saúde e educação.
O parlamentar disse que o governo precisa arrecadar para fechar um déficit de R$ 21 bilhões e que o IOF visava fazer com que os "super ricos, sonegadores, bets, fintechs e rentistas" pagassem sua parte, não sendo um imposto novo, mas uma redução de uma alíquota já existente (de quase 6% no governo anterior para cerca de 3,5%).
Guimarães ponderou que, diante da derrubada do decreto do IOF pelo Congresso, o governo não teve outra solução a não ser recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para "restaurar a governabilidade".
Ele argumentou que a derrubada de um decreto presidencial sobre política fiscal e orçamentária é uma atribuição privativa do Poder Executivo e, portanto, inconstitucional. Guimarães espera que o Supremo declare a constitucionalidade da medida adotada pelo governo.
O líder petista vê a decisão do Congresso como uma tentativa de derrotar o governo, mas considera que isso faz parte do jogo democrático. "Não vou discutir qual foi o interesse, qual foi o objetivo, eu acho que foi muito mais o interesse para tentar derrotar o governo, de qualquer um outro, mas isso faz parte do jogo democrático, faz parte da disputa política e, portanto, nós recorremos e a nossa expectativa é que restaure a governabilidade. Quem preside o país é o presidente Lula, não é o Congresso", disse.
O deputado negou veementemente que o governo esteja "fazendo, encomendando ou articulando contra o presidente da Câmara" (Hugo Motta). Guimarães apontou que Motta ficou "muito chateado e incomodado" com as manifestações nas redes sociais.
O petista e a ministra Gleisi Hoffmann publicaram solidariedade ao presidente nas redes sociais, defendendo que não é razoável fazer vídeos atacando a família do congressista. "Democracia não se faz com rancor e nem com agressão a quem quer que seja", afirmou, lembrando que esse tipo de "demonização" e de distribuição de "fake News" na política é uma prática de outro espectro político.
O deputado afirmou que, terminada a eleição do PT neste domingo, 6, o partido no Ceará irá começar a discutir e montar o projeto eleitoral para 2026.
"É prioridade nacional do PT a candidatura ao Senado no Ceará, além de ampliar a bancada deputados federais, deputados estaduais, a reeleição do governador Elmano, a reeleição do Lula e, é claro, você acha que quando o PT discute sua candidatura ao Senado, qual é o nome que tem serviço prestado ao PT, ao Brasil, Estado do Ceará, é o deputado José Guimarães", afirmou.
O parlamentar, no entanto, destaca que a candidatura não é uma questão pessoal, mas parte de um projeto. "Não é projeto pessoal meu, porque eu quero aquilo. Aliás, eu sempre fiz parte desse projeto, desde 2006, na primeira eleição do Cid, até agora, eleição do Elmano. Nós temos um projeto e esse projeto precisa ter as mãos, as mentes e os corações de todos os petistas. Eu estou firme e forte, com muita vontade política, coração quente e cabeça fria para enfrentar a disputa", explicou.