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STF dá mais 60 dias para PF investigar possível desvio de emendas no Ceará
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STF dá mais 60 dias para PF investigar possível desvio de emendas no Ceará

|Congresso|Ministro Gilmar Mendes concedeu prazo máximo de 60 dias para a conclusão das investigações
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MINISTRO do STF decidiu dar mais tempo para investigações (Foto: Fellipe Sampaio/STF)
Foto: Fellipe Sampaio/STF MINISTRO do STF decidiu dar mais tempo para investigações

A Polícia Federal solicitou e o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu mais 60 dias para que os investigadores concluam relatório sobre suposto desvio de emendas parlamentares no Ceará. O prazo foi concedido em meados de junho. Com isso, a entrega do parecer fica para agosto. O processo corre em segredo de justiça.

Segundo interlocutores, o ministro Gilmar Mendes condenou os vazamentos - considerados por ele como seletivos - do caso envolvendo deputados cearenses. Como ainda não há relatório pronto e nem conclusão da investigação, trechos vazados podem conter apenas denúncias não comprovadas.

Entre novembro de 2024 e fevereiro de 2025, uma operações da PF e do Ministério Público do Ceará (MPCE) contra o prefeito eleito de ChoróBebeto Queiroz (PSB), colocaram o nome do deputado Júnior Mano (PSB) como suposto líder de um esquema de desvio de emendas parlamentares.

A investigação da PF apontou Mano com "papel central" em um esquema de manipulação de eleições municipais em 51 cidades do Ceará, por meio de compra de votos e desvio de recursos de emendas.

A PF concluiu a investigação do inquérito relacionado às operações "Mercato Clausu" e "Vis Occulta", que inicialmente apontou o prefeito eleito de Choró, Bebeto Queiroz, próximo de Mano, como líder de organização criminosa de compra de votos e lavagem de dinheiro através de prefeituras e empresas de fachada.

Bebeto teve pedido de cassação impetrado pelo Ministério Público, sendo cassado em abril de 2025. Ele esteve preso em novembro de 2024. Solto dez dias depois, teve novo pedido de prisão e hoje é considerado foragido da Justiça. O paradeiro de Bebeto ainda é desconhecido.

À época, O POVO procurou o deputado Júnior Mano, que negou envolvimento. “Eu não desviei emenda nenhuma”, afirmou. O POVO também contatou os advogados do deputado, que se posicionaram por nota. "O caso está sob sigilo. Não há qualquer comentário a se fazer", escreveu a defesa jurídica do parlamentar.

A Justiça Eleitoral determinou, a partir de decisão do juiz Welithon Alves de Mesquita, da 6ª Zona Eleitoral do Ceará, a cassação dos diplomas do prefeito eleito de Choró, Bebeto Queiroz (PSB), e do vice-prefeito eleito, Bruno Jucá, e também a realização de novas eleições no município. A decisão ocorreu em abril.

A sentença atendeu a uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) da coligação derrotada no pleito, que acusa a chapa do prefeito eleito de praticar abuso de poder político e econômico durante o período eleitoral de 2024. O juiz também determinou inelegibilidade de oito anos para Bebeto e Bruno. Aos citados, caberia recurso junto ao Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE). (Com Marcelo Bloc)

 

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