O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e ministros do governo Lula trocaram críticas nesta quinta-feira, 10, após o anúncio da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o governador "errou muito" ao responsabilizar o governo brasileiro. "Ou uma pessoa é candidata a presidente ou é candidata a vassalo, e não há espaço no Brasil para vassalagem".
Para Haddad, o anúncio de Trump foi articulado por "forças extremistas" de dentro do País. Segundo o ministro, entretanto, a direita vai ter que reconhecer mais cedo ou mais tarde que deu um "enorme tiro no pé", já que a medida prejudica exportações de empresas e produtores do Estado de São Paulo, governado pelo aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Tarcísio rebateu a declaração, afirmando que Haddad "deveria cuidar da economia". "Se estivesse cuidando, talvez o Brasil estivesse indo melhor", disse o governador. "A gente tem um problema fiscal sério. Então, cabe a ele falar menos e trabalhar mais."
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, reforçou o prejuízo para o Estado. "Lamento que o governador de São Paulo defenda uma tarifa de 50%, imposta pelo governo dos EUA, que, a partir de 1 º de agosto, penalizará a indústria e a agroindústria paulista, em vez de defender a população do seu Estado e do Brasil como nação", disse Rui Costa, em publicação no X.
O governador de São Paulo culpou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "Lula colocou sua ideologia acima da economia, e esse é o resultado. Tiveram tempo para prestigiar ditaduras, defender a censura e agredir o maior investidor direto no Brasil. Outros países buscaram a negociação. Não adianta se esconder atrás do Bolsonaro. A responsabilidade é de quem governa", afirmou Tarcísio nas redes sociais na noite de quarta.
"A única explicação plausível para o que foi feito ontem (quarta) é porque a família Bolsonaro urdiu esse ataque ao Brasil, com um objetivo específico, que é escapar do processo que está em curso, do processo judicial que está em curso", disse Haddad.
"A única explicação é de caráter político envolvendo a família Bolsonaro. Isso não é uma acusação infundada que eu estou fazendo", acrescentou o ministro, citando declarações do Eduardo Bolsonaro de que as coisas podem piorar se o pai não tiver o perdão. Segundo Haddad, Eduardo está nos Estados Unidos "conspirando contra o Brasil". (Agência Estado)