O prefeito de Iguatu, Roberto Filho (PSDB), disse ter recebido a decisão de cassação do mandato com surpresa, mas sinalizou estar confiante de que o Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) reverterá a decisão da primeira instância, que o cassou.
Em entrevista à rádio O POVO CBN Cariri, nessa segunda-feira, 14, o prefeito mencionou parecer favorável do Ministério Público Eleitoral (MPE) sobre caso, como base para a defesa.
"Nós recebemos essa sentença até um pouco com surpresa, diante de várias questões que existem no processo, a ausência de provas que podem nos trazer qualquer situação de risco, também o Ministério Público que deu parecer favorável à gente. Então, a sentença nós recebemos sim com um pouco de surpresa. Mas com relação à gestão, nós continuamos trabalhando. (...) Sabemos que no TRE-CE, temos a grande assim até a certeza de que teremos uma revisão dessa sentença", afirmou.
A decisão que cassou o gestor foi de do juiz Carlos Eduardo Carvalho Arrais, da 13ª Zona Eleitoral de Iguatu. Além do prefeito, o vice-prefeito Antônio Ferreira de Souza, conhecido como Francisco das Frutas, também foi cassado e declarado impossibilitado de concorrer a cargos eleitorais. O município fica a 388,82 quilômetros de Fortaleza
Mesmo com a decisão em primeira instância, o prefeito e o vice continuam nos cargos, pois o processo continuará tramitação na segunda instância.
Apesar de afirmar respeitar o livre convencimento do juiz, Roberto considera que a sentença está "incorreta". "Infelizmente o juiz que nos julgou foi um juiz que chegou já depois das eleições, então não viveu aquele momento, aquele calor que todos nós sabemos como aconteceu e que o povo iguatuense sabe muito bem como aconteceu", explica.
O gestor voltou a mencionar o parecer do Ministério Público que lhe favorece: "Como nós já falamos, o Ministério Público, o promotor que elaborou esse parecer foi o que participou das eleições, ele acompanhou o dia a dia das eleições de Iguatu. Então ele, mais do que ninguém, sabe".
A Polícia Civil e a Polícia Federal investigam se os então candidatos à Prefeitura de Iguatu em 2024 teriam se beneficiado de alguma forma com “serviços” de uma facção criminosa para assegurar vantagem na disputa eleitoral.
Relatório da PF diz haver "indícios consistentes de despesas não identificadas no Processo de Prestação de Contas da campanha de 2024", o que configuraria a prática de "Caixa Dois".
Afirma ainda haver, dentre as evidências que sustentam essa imputação, a aquisição e distribuição de camisas de campanha que não foram devidamente registradas na prestação de contas.
À rádio O POVO CBN Cariri, o prefeito de Iguatu agradeceu as mensagens de aliados que expressaram solidariedade com a situação. Um deles, o ex-senador e ex-governador Tasso Jereissati (PSDB), afirmou ter "a convicção de que a justiça prevalecerá e que o direito dos cidadãos de Iguatu será respeitado, restaurando o pleno exercício dos cargos” da chapa eleita.
Roberto Filho agradeceu também aos deputados estaduais Nizo Costa (PT), Marcos Sobreira (PSB), Queiroz Filho (PDT), e aos federais Danilo Forte (União Brasil) e André Figueiredo (PDT).
"Você vê deputados de campos políticos diferentes, mas todos sendo solidários a esse momento em que a gente passou por uma sentença que, ao nosso ver, não foi fundamentada, não teve a técnica necessária", concluiu o prefeito de Iguatu.