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União Brasil deve ser oposição a Lula e enfrentar PT no Ceará, mas ministros querem ficar
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União Brasil deve ser oposição a Lula e enfrentar PT no Ceará, mas ministros querem ficar

Legenda comanda três ministérios e os gestores foram cobrados pelo presidente em função da falta de apoio da agremiação. Situação se reflete em estados, como o Ceará
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ROBERTO Cláudio e Rueda, presidente do União Brasil  (Foto: Reprodução/Instagram Roberto Claudio)
Foto: Reprodução/Instagram Roberto Claudio ROBERTO Cláudio e Rueda, presidente do União Brasil

O União Brasil não deverá estar na aliança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na provável campanha de reeleição. Nos estados, deve ser oposição ao PT. É o caso do Ceará, onde se articula para ter candidato a governador contra Elmano de Freitas (PT). No Congresso Nacional, a legenda tem votado contra o Palácio do Planalto. Apesar disso, os três ministros do governo Lula indicados pelo partido pretendem ficar nos cargos.

O presidente se reuniu na última terça-feira, 29, com os representantes do União Brasil no primeiro escalão federal. Fazem parte da gestão Celso Sabino (Turismo), Frederico Siqueira (Comunicações) e Waldez Góes (Integração Nacional), este último que é do PDT, mas foi indicado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre e é contabilizado na conta do União Brasil, partido ao qual o chefe da casa legislativa é filiado.

Conforme relatos de bastidor, diante do questionamento de Lula, os ministros afirmaram que a sigla é plural e que eles não partilham da posição da direção nem das críticas à administração. 

A reunião ocorreu em um momento em que Lula cobra uma posição dos ministros diante das recentes falas de Antônio Rueda, presidente do partido, criticando ações do Governo Federal.

Rueda considera remota a chance da sigla apoiar a reeleição do petista em 2026. O dirigente criticou a postura do governo diante do tarifaço imposto por Donald Trump, acusando também a gestão de não fazer entregas e não ter compromisso com as contas públicas.

Rueda defende que os partidos de centro-direita devem estar juntos na eleição presidencial, em um projeto único contra o PT.

As ações das siglas do centrão já vinham causando desconforto no Palácio do Planalto e entre os ministros mais próximos de Lula. As críticas da direção do União Brasil teriam sido a "gota d’água" para o governo pedir a reunião.

Mesmo com representantes Esplanada dos Ministérios, o União Brasil tem como pré-candidato à presidência Ronaldo Caiado, governador de Goiás e adversário histórico do PT.

Lula também presente se reunir com Alcolumbre, presidente do Senado, para discutir a relação.

O União Brasil tende a ser oposição ao PT em muitos estados, com ênfase no Ceará. A legenda busca liderar a oposição na eleição do ano que vem. Foi anunciada a filiação de Roberto Cláudio, que deixou o PDT e tem planos de ser candidato a governador em aliança com PL e PSDB.

Na Assembleia Legislativa do Estado, o partido tem posição dividida. Felipe Mota e Sargento Reginauro são oposição. Heitor Férrer também é, embora a atuação nem sempre esteja alinhada com os demais. Firmo Camurça apoia o governador Elmano de Freitas (PT).

Na bancada federal cearense, Danilo Forte e Dayany Bittencourt são oposição. Fernanda Pessoa é aliada ao governo e Moses Rodrigues tem interlocução com os dois lados. O principal prefeito da legenda, Roberto Pessoa, de Maracanaú, é também aliado a Elmano.

O partido é comandado no Estado por Capitão Wagner, um dos líderes da oposição e responsável pela articulação para filiar Roberto Cláudio. Nas tratativas, o ex-prefeito de Fortaleza disse ter recebido garantia de Rueda de que o partido seguirá oposição e pretende ter candidato próprio no Estado. Wagner também assegura que a postura é essa.

Houve investidas da base do governador Elmano na tentativa de levar o partido para a aliança governista. Inclusive com aceno de ter uma candidatura ao Senado, para a qual era cotado Moses Rodrigues.

O governador disse, em entrevista ao O POVO em meados de julho, acreditar que o União Brasil não sairá unido, seja com a base ou com a oposição. "Vai vir o partido, mas não vem toda a base do partido".

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