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Pesquisas mostram rejeição da pressão de Trump por Bolsonaro e melhora da avaliação de Lula
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Pesquisas mostram rejeição da pressão de Trump por Bolsonaro e melhora da avaliação de Lula

Pesquisas Datafolha e AtlasIntel mostram que sanções dos Estados Unidos ao Brasil, até agora, impulsionam a melhora da imagem do governo
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PRESIDENTE Lula: aprovação supera desaprovação (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil PRESIDENTE Lula: aprovação supera desaprovação

As sanções dos Estados Unidos foram mal recebidas no Brasil e contribuíram para a avaliação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mostram pesquisas divulgadas nessa quinta-feira, 31.

Mais da metade dos brasileiros consideram errado o pedido do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para encerrar a ação penal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF) quando anunciou tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, conforme pesquisa Datafolha.

Para 57% dos entrevistados, a "chantagem", termo que tem sido usado pelos críticos para se referir ao caso, é errada. Já 36%, entretanto, acreditam que o americano está certo. Outros 7% dos entrevistados não responderam. A pesquisa ouviu 2.004 brasileiros nos dias 29 e 30, dia da oficialização do tarifaço, com recuo de Trump em quase 700 produtos. A margem de erro é de 2 pontos percentuais.

Outra pergunta feita pelo levantamento mostra um País dividido. Quando questionados se acham que Bolsonaro está sendo perseguido e injustiçado, como afirma Trump, que disse que o ex-presidente sofre um "caça às bruxas", 50% negam, enquanto 45% acreditam que sim. São 5% os que dizem não saber.

Já em pesquisa AtlasIntel divulgada também na quinta, aa aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atingiu 50,2% e marcou, pela primeira vez em nove meses, a superação da desaprovação, que alcançou 49,7% neste mês de julho. O levantamento Latam Pulse Brasil é uma iniciativa conjunta entre AtlasIntel e Bloomberg.

Realizada entre os dias 25 e 28 de julho, a pesquisa ocorreu em meio ao aumento da popularidade de Lula, especialmente pela condução das tratativas que envolvem a imposição da taxa de 50% sobre produtos do Brasil que são comercializados nos Estados Unidos, imposta por Donald Trump no início de julho e que entra em vigor a partir de 6 de agosto.

A pesquisa divulgada nessa quinta-feira, 31, por ter sido realizada até o último 28 de julho, não compreende a avaliação do presidente após a assinatura do decreto, por Donald Trump, na quarta-feira, 30, que oficializa a tarifa adicional de 40% sobre produtos brasileiros, elevando o total para 50%.

A melhora da avaliação de Lula ocorre desde maio. O levantamento anterior, do início de julho, foi o primeiro a captar o impacto do anúncio por Trump da sobretaxa de produtos brasileiros. Na pesquisa divulgada em 9 de julho, a aprovação do petista passou de 47,3% para 49,9%, empatando tecnicamente com a desaprovação, que oscilou de 51,8% para 50,3%.

Em 2025, a avaliação do presidente oscilou e registrou, em sua maioria, queda na aprovação. No primeiro mês do ano, atingiu a marca de 47,8% e passou a cair até março, quando registrou 44,9%, segundo o histórico apresentado pelo AtlasIntel e Bloomberg.

Em abril houve oscilação positiva, a aprovação de Lula teve uma melhora e registrou 46,1%. No mês seguinte, a marca foi de 45,4%. A partir de junho deste ano, os números passaram a ser mais favoráveis a Lula. No mês citado, o presidente bateu a marca de 47.3% de aprovação. Em julho, duas pesquisas foram realizadas e mostraram um bom desempenho na popularidade do petista.

A AtlasIntel ouviu 7.334 pessoas. A margem de erro é de 1 ponto percentual, com nível de confiança de 95%. (Agência Estado e Rogeslane Nunes, especial para O POVO)

Ameaças destroem articulações do PL

Hugo Motta e Davi Alcolumbre, presidentes respectivamente da Câmara dos Deputados e do Senado, não aceitaram bem as ameaças feitas pelo deputado Eduardo Bolsonaro. Os presidentes das duas casas conversaram sobre o movimento do filho de Jair Bolsonaro e vão retaliar dentro do parlamento. A ideia é evitar pautas do PL e deixar a ala radical do partido isolada. Os líderes da sigla na Câmara, Sóstenes Cavalcante, e no Senado, Marcos Rogério, tentam, a todo custo, diminuir a insatisfação, mas não vai ser fácil.

Para isso, principalmente Sóstenes, escalou dois deputados mais próximos de Motta para ampliar o diálogo. Altineu Cortes e Cabo Gilberto Silva já fizeram chegar a Hugo Motta que há, dentro da bancada, insatisfeitos com as lives feitas por Eduardo. Já houve, também, por parte dos dois e de Flávio Bolsonaro, o pedido para que Eduardo pegue leve com Motta e Alcolumbre.

Os diálogos, porém, ainda não surtiram efeito. O PL da Anistia não será votado enquanto Hugo Motta for presidente, garantem aliados do presidente. O possível impeachment de Alexandre de Moraes também não sairá da gaveta de Davi Alcolumbre.

Os trabalhos no Congresso voltam na terça-feira, 5. Já na segunda, o presidente Hugo Motta quer marcar uma reunião de líderes. Lá, ele vai deixar claro o descontentamento com o tarifaço, mas, principalmente, com a conduta de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos. (João Paulo Biage, com colaboração de Maria Luiza Santos, especial para O POVO)

Lula

Lula publicou no X: "Sem soberania, o Brasil não existiria. Foi ela que nos trouxe liberdade e independência", disse o presidente

Críticas

A maioria das menções sobre a aplicação da lei Magnitsky contra Alexandre de Moraes nas redes sociais foram críticas ao governo Trump. Segundo pesquisa Quaest, 60% das menções são contra Trump e 28% a favor das sanções ao ministro do STF

PL expulsa

O PL expulsou o deputado Antônio Carlos Rodrigues da sigla, após o parlamentar fazer críticas a Donald Trump e defender Alexandre de Moraes

Governo Lula e Supremo se unem por defesa de Moraes

O governo Lula encampou a defesa do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que se tornou alvo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e foi enquadrado na Lei Magnitsky, adotada contra ditadores e terroristas. No dia seguinte ao anúncio pela Secretaria do Tesouro dos EUA da aplicação da legislação ao magistrado brasileiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva convidou todos os ministros do Supremo para um jantar, nessa quinta-feira, 31, no Palácio da Alvorada, para conversar sobre respostas jurídicas possíveis às sanções impostas a Moraes.

Na noite da quarta-feira, 30, Lula já havia se encontrado com três ministros do STF para falar da mais recente investida de Trump contra Moraes — além do presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, o decano do tribunal, Gilmar Mendes, e Cristiano Zanin.

A sessão de reabertura dos trabalhos no Supremo está agendada para esta sexta-feira, 1º, às 10 horas. Além de Barroso, outros ministros pretendem discursar em defesa de Moraes e do tribunal, em reforço à postura da Corte de não se render a pressões políticas no curso do processo sobre a trama golpista. (Agência Estado)

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