No local onde a bomba “Little Boy” explodiu em Hiroshima, em 6 de agosto de 1945, existe hoje o Parque Memorial da Paz, construído em uma ilha no Rio Ota, único local da cidade que não foi reconstruído após o ocorrido.
A bomba tinha força equivalente a 15 mil toneladas de TNT. As temperaturas atingiram 7 mil graus Celsius. Uma tempestade de fogo sugou o oxigênio do ar e os edifícios queimaram por quilômetros.
Morreram imediatamente cerca de 80 mil pessoas. O número aumentou ainda em 1945, quando o balanço de mortos subiu para 140 mil por causa dos efeitos da radiação.
Com 350 mil habitantes na época, o local perdeu um em cada cinco moradores imediatamente após a explosão da primeira bomba nuclear da história.
Quando a bomba caiu em Hiroshima, a primeira coisa que as pessoas notaram foi uma "intensa bola de fogo", segundo o Comitê Internacional da Cruz Vermelha. A temperatura no epicentro da explosão atingiu 7 mil °C, pelas estimativas feitas, o que causou queimaduras fatais nas pessoas que estavam em um raio de cerca de 3 km.
Especialistas da Cruz Vermelha afirmam que houve casos de cegueira temporária ou permanente, devido ao forte flash de luz, além de danos posteriores à visão das vítimas, como catarata.
O turbilhão de calor gerado pela explosão também iniciou milhares de incêndios, que queimaram vários quilômetros quadrados da cidade, repleta de construções de madeira. Uma tempestade de fogo que consumiu todo o oxigênio disponível causou ainda mais mortes por asfixia.
Estima-se que queimaduras e danos relacionados ao fogo representam mais da metade das mortes imediatas em Hiroshima.
Além disso, a explosão criou uma onda de choque gigante que, em alguns casos, literalmente carregou as pessoas. Outras foram soterradas sob prédios desabados, ou feridas ou mortas por detritos voadores.
Os ataques a bomba soltaram uma radiação que se mostrou mortal tanto logo após o bombardeio quanto a longo prazo. Doenças e sintomas associados à radiação foram relatados por muitos que sobreviveram ao impacto inicial.
Os sintomas da síndrome aguda de radiação incluem vômitos, dores de cabeça, náuseas, diarreia, hemorragia e perda de cabelo. Para grande parte dos afetados, a doença é fatal dentro de algumas semanas ou meses.
Segundo estudo da Fundação de Pesquisa de Efeitos de Radiação do Japão-EUA, que analisou 50 mil vítimas de Hiroshima e Nagasaki, aproximadamente 100 morreram de leucemia e 850 sofreram de câncer induzido por radiação.
O esqueleto de um edifício, designado como marco zero para essa bomba, e a estátua de uma menina com os braços estendidos são lembranças desoladoras da devastação.
A idade média dos cerca de 105 mil sobreviventes contabilizados até o ano passado, conhecidos como hibakusha, é 86 anos.
Três dias depois de Hiroshima, em 9 de agosto de 1945, os Estados Unidos lançaram uma segunda bomba na cidade de Nagasaki, no sul do país, matando cerca de 74 mil pessoas.
O grupo Nihon Hidankyo foi fundado em 1956, com a missão de contar a história dos hibakusha e pressionar por um mundo sem armas nucleares. (AFP)