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Carla Zambelli vai ficar presa até Justiça italiana avaliar questões de saúde da deputada
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Carla Zambelli vai ficar presa até Justiça italiana avaliar questões de saúde da deputada

|Processo| Deputada passou mal durante a audiência do caso de extradição, retomada após um atendimento médico
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DEPUTADA federal Carla Zambelli (PL) (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)
Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados DEPUTADA federal Carla Zambelli (PL)

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) seguirá presa após uma nova audiência no processo de extradição realizada na manhã desta quarta-feira, 13. A parlamentar passou mal durante a audiência, que foi retomada após um atendimento médico.

Não houve decisão sobre a possibilidade de Zambelli aguardar o processo de extradição em liberdade ou em prisão domiciliar. A defesa da deputada federal alega questões de saúde e pede que a parlamentar aguarde o trâmite da extradição fora da penitenciária feminina de Rebibbia, em Roma, onde está detida.

Um perito da Justiça italiana avaliará o estado de saúde de Zambelli. Até essa avaliação, a parlamentar seguirá presa. O processo de extradição de Zambelli pode durar de um ano e meio a dois anos.

Carla Zambelli, que tem cidadania italiana, foi para o país para evitar ser presa pela invasão do sistema do CNJ para emissão de um mandado falso de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes. Segundo as investigações, o ataque hacker foi executado por Walter Delgatti, que também foi condenado e confirmou ter realizado o trabalho a mando da parlamentar. Ela foi condenada no caso, em sentença que também determinou a perda do cargo na Câmara.

Quando foi para Itália, Zambelli declarou que era "intocável" no país europeu e que, por ser cidadã italiana, não poderia ser extraditada ao Brasil. Dois dias antes da prisão, a deputada publicou um vídeo em seu perfil reserva no Instagram no qual disse que estava vivendo como "exilada política" na Itália.

Ela foi presa na Itália em 29 de julho. Na época, a parlamentar estava companhada do marido, o ex-secretário de Segurança de Caucaia, município na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). O ex-secretário pediu exoneração da pasta de Segurança no fim de junho, mas estava afastado desde 21 de maio "por motivo de doença em pessoa da família", conforme informou, na época, para a Prefeitura.

A exoneração dele da pasta ocorreu em meio à viagem ao Exterior de Zambelli. Aginaldo também atuou, em 2019, como diretor da Força Nacional de Segurança Pública (FNS). Neste ano, ele tinha sido convidado pelo prefeito de Caucaia, Naumi Amorim (PSD), para compor os quadros da gestão municipal.

 

Além do ataque hacker, Zambelli é ré no STF por perseguição armada nas eleições de 2022. No início do mês, o ministro Gilmar Mendes determinou que a Advocacia-Geral da União (AGU) inclua o inquérito no pedido de extradição da deputada.

A ação ainda em curso foi aberta após a deputada ser filmada sacando uma arma e apontado para um homem no meio da rua em São Paulo. Inicialmente, ela alegou que o homem a teria agredido, o que foi descartado pelos investigadores. O julgamento por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal está pausado por um pedido de vista do ministro Kassio Nunes Marques, mas já há maioria entre os ministros para condená-la.

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