Capitão Wagner deverá ser o presidente da federação União Progressista, bloco formado por União Brasil e PP, no Estado do Ceará. A definição pode ser oficializada nos próximos dias.
O ex-deputado federal está em Brasília para tratativas com o presidente nacional do União, Antônio Rueda. Dentre elas, a confirmação de que presidirá a federação e a data para a filiação do ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio ao partido. Wagner já é presidente do União no Ceará.
Na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), o deputado Felipe Mota (União), ao conversar com a imprensa confirmou a tendência. "Dizendo aqui em primeira mão pra vocês, o Capitão Wagner será o próximo presidente da federação União Progressista no Ceará", cravou.
O deputado federal Moses Rodrigues (União) tentou se viabilizar para comandar o bloco. Ele é mais próximo de Camilo Santana (PT) e Elmano de Freitas (PT). No entanto, o posicionamento nacional é claro: a federação será oposição ao PT.
Wagner chegou em momento anterior a cogitar que o presidente fosse o ex-governador do Ceará, Lúcio Alcântara, hoje sem filiação. Ao convidar Roberto Cláudio para ingressar no União Brasil, convidou o novo aliado para assumir o comando do União Brasil Ceará. RC recusou.
PP e União Brasil selaram aliança, na terça-feira, 19, a federação União Progressista. No dia da criação, o grupo expôs divisão sobre ser ou não oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Federação se torna a maior força política do país em termos de números, com maior bancada e volume de prefeitos, mas enfrenta desafios não só locais, como também estaduais.
Em lugares como Ceará, Bahia e Paraíba, o PP faz parte da base do governo estadual, enquanto o União compõe a oposição e pretende disputar a eleição em 2026. No caso cearense e baiano, os governadores são filiados ao PT, enquanto em Paraíba, o chefe do Executivo é do PSB.
No Ceará, embora se coloque como oposição ao governo do PT, a base estadual petista fez tentativas de atrair o partido para sua base aliada. Alguns dos nomes do União Brasil com algum nível de proximidade com o grupo do governador Elmano e do ministro da Educação, Camilo Santana (PT), são a deputada federal Fernanda Pessoa e o prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa.
Do lado do PP, o presidente do partido no Ceará, o deputado federal AJ Albuquerque, se articulava para manter a sigla dentro da base de Elmano. Entretanto, ao formalizarem uma federação, os partidos deverão seguir a mesma posição.
Ao decidir se mudar do PDT para o União Brasil, Roberto Cláudio recebeu garantia de que o partido seguirá como oposição no Ceará, apesar das tratativas que tentaram levar a sigla para a base e de existirem alas do partido próximas à gestão Elmano.