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Qual o peso do julgamento no STF para direita, centrão e esquerda
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Qual o peso do julgamento no STF para direita, centrão e esquerda

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Apesar de afetar a imagem de um dos maiores líderes, Paula Vieira destaca que a direita não deverá sair enfraquecida desse processo. A ala segue sendo maioria no Congresso Nacional e mantém apoio popular.

"A gente ainda não tem nenhum indício de que isso está em queda. O desgaste é à figura do Bolsonaro, é à família Bolsonaro, mas não aos valores que movimentam as ideias da direita. É por isso que a direita não sai enfraquecida nesse cenário. A direita vai apenas buscando colocar uma nova liderança no meio desse processo. Talvez até realmente em um afastamento da figura do Bolsonaro", disse.

Paula explica que os apoiadores fiéis permanecem ao lado do ex-presidente, porém enxerga o uso de novas estratégias e busca por outros nomes para seguir a mesma agenda. Além do atual governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos), cotado para a próxima corrida presidencial, a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro, presidente do PL Mulher, é apontada como pré-candidata ao Senado. "O projeto do PL vai funcionar com ou sem o Bolsonaro", avaliou.

Pela característica "camaleônica", o centrão também não sairia tão afetado pelo resultado do julgamento.

"Muitos membros do Centrão já começam a pensar no dia seguinte do julgamento de Bolsonaro. Eles vão se encaminhar para outras figuras. O centrão não afunda com nenhum político. Ao primeiro sinal de água entrando no navio, o centrão sai do navio tranquilamente, porque sempre foi assim. E esses elementos fisiológicos e pragmáticos demonstram que continuarão sendo pelo menos em 2026", pontuou Rodrigo Prando.

As recentes movimentações e discussões sobre possíveis nomes para as eleições têm incomodado filhos de Bolsonaro, que chegaram a falar em oportunismo.

Prando ainda analisa os dois cenários de desfechos do julgamento. Um deles é o de Bolsonaro inocentado. Mesmo com as duas condenações de inelegibilidade do ex-presidente, o cientista político o avalia como um líder capaz de mostrar força, seja nas ruas, no discurso ou nas redes sociais, indicando algum candidato. Já com uma possível condenação, há a possibilidade de uma direita dividida e em busca de um nome em consenso.

"Se esse nome não aparecer, pode ocorrer uma fragmentação no campo da direita, diminuindo a força da direita ou da extrema direita. A direita tem muitos candidatos, o que não é tão bom, mas o PT tem um único candidato desde já, que é o Lula. Se o Lula, por algum motivo, não puder concorrer muda muito substancialmente o tabuleiro político de 2026".

Já para a esquerda, a pauta do julgamento de Bolsonaro não necessariamente significa uma vitória. Paula Vieira pontua que a ala não é maioria no Congresso e vem desalinhada com as demandas da população.

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