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Na Câmara, Zambelli e Walter Delgatti participam por vídeo em audiência
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Na Câmara, Zambelli e Walter Delgatti participam por vídeo em audiência

|Processo| A deputada passa por análise da Câmara sobre a perda do mandato. Caso está em Comissão para, depois, ir ao Plenário
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PRESA, Zambelli participou da audiência virtualmente  (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)
Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados PRESA, Zambelli participou da audiência virtualmente

A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) participou por videoconferência da oitiva do hacker Walter Delgatti Neto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados e trocou acusações com ele durante a sessão. Delgatti disse que a parlamentar pediu para invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e ordenar a prisão, bloquear os bens e decretar a quebra do sigilo bancário do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo ele, a congressista prometeu dar um emprego, o que não fez, e ainda teria dito que, se ele fosse descoberto, poderia afirmar que foi feito a mando dela. “Assim que eu consegui invadir o CNJ, ela pediu que eu fizesse um despacho e uma ordem de prisão do ministro Alexandre de Moraes", disse ela. 

“Você é um mitomaníaco”, disse Zambelli, que está presa na Itália. Ela ainda questionou a sanidade mental de Delgatti. Precisou o presidente da CCJ, Paulo Azi (União-BA), intervir pedindo que cessassem as acusações pessoais.

“Acredita quem quiser acreditar em mim. Quem quiser acreditar em você, acredita. Todo esse processo é baseado no fato de que: ou a pessoa acredita no Walter, ou a pessoa acredita na Carla”, disse Zambelli. Ela reclamou de sua condenação em razão de mandados de soltura que teriam sido inseridos no sistema pelo hacker. A inserção, segundo Delgatti, teria sido feita por um robô.

“O senhor me fez corresponsável. Eu respondo por 16 mandados: um mandado de prisão do Alexandre de Moraes e por mais 15 mandados de soltura de criminosos do PCC, do Comando Vermelho, de traficantes de drogas, de assassinos e de estupradores. É por isso que fui condenada a dez anos de prisão”, reclamou Zambelli.

A deputada licenciada recebeu autorização da justiça italiana para participar da oitiva desta quarta-feira, 10, de forma remota.

Zambelli chegou a chorar durante a oitiva após a deputada federal Bia Kicis (PL-DF) dizer que ela não estava sozinha e que a direita não a abandonou. “Você é uma guerreira e estamos com você”, disse Kicis. Zambelli agradeceu.

Deputados da oposição compareceram em massa e manifestaram solidariedade a Zambelli. A parlamentar licenciada foi chamada de “heroína” pelo líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ).

No depoimento, Delgatti afirmou que Zambelli pediu a invasão do sistema porque ela “queria desacreditar o sistema de Justiça”. Ele ainda afirmou que recebeu o aval da deputada para denunciá-la caso fosse pego. “Se caso você for pego ou processado, você pode falar que quem mandou fazer isso fui eu”, teria dito Zambelli, segundo Delgatti. “Ela olhou em meus olhos e me disse”, prosseguiu o hacker.

Condenada a dez anos de prisão pela invasão ao sistema do CNJ, Zambelli passa por análise da Câmara sobre a perda do mandato. O processo está na CCJ e depois deve passar pelo plenário. Na atual fase, a comissão ouve testemunhas arroladas pela parlamentar licenciada. Foragida na Itália, Zambelli foi presa no país europeu no final de julho. (Com Agência Câmara de Notícias)

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