O dia seguinte ao voto do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux foi o momento de os colegas darem o troco. Após expor um acordo de bastidor e avisar em tom pouco amistoso aos colegas que não desejaria ser interrompido no voto de mais de 12 horas, o magistrado se viu obrigado a manter a posição exigida dos demais nesta quinta-feira, 11, numa sessão permeada por piadas e recados a ele. Fux ficou calado e passou a maior parte do tempo olhando para baixo, manuseando papéis.
O único momento em que Fux alterou a postura corporal foi quando o ministro Alexandre de Moraes pediu a palavra para reforçar o argumento de Cármen de que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) liderou organização criminosa. Quando o relator da ação penal exibiu vídeos que exemplificavam o golpismo, Fux se colocou atento ao que passava no telão. Logo que a transmissão foi encerrado, voltou a abaixar a cabeça e manusear documentos.
Logo no início da sessão, Cármen e Dino arrancaram risadas com uma interação cujo subtexto mandava recados a Fux. Dino pediu a palavra para a colega e disse que adota a estratégia do "banco de horas" em seus votos — ou seja, vota rápido para fazer diversos "apartes" nos votos dos colegas.
"Mas vai usar tudo no meu?", questionou Cármen, provocando risos "Não, ainda tem o do ministro Zanin", respondeu Dino mantendo o clima descontraído. (Agência Estado)