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Recurso internacional não muda sentença, mas pode ter efeito político
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Recurso internacional não muda sentença, mas pode ter efeito político

Defesa de Bolsonaro recorrerá a instâncias internacionais contra a decisão do STF
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Jair Bolsonaro cumprimenta Donald Trump durante evento em 2020 (Foto: Alan Santos/Presidência da República)
Foto: Alan Santos/Presidência da República Jair Bolsonaro cumprimenta Donald Trump durante evento em 2020

Após o resultado do julgamento da trama golpista, os advogados de Jair Bolsonaro, Celso Vilardi e Paulo Amador da Cunha Bueno, afirmaram que irão ajuizar recursos contra a decisão, inclusive "no âmbito internacional". 

O professor Marcelo Crespo pondera que a estratégia de recorrer a instâncias internacionais, como a Corte Interamericana de Direitos Humanos, embora não altere a decisão brasileira, pode gerar um fator político, especialmente ao alegar a ausência de um segundo grau de julgamento.

Após o resultado do julgamento, na quinta-feira, 11, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que estava surpreso com o resultado do julgamento e comparou a situação de Bolsonaro à dele próprio. "É muito parecido com o que tentaram fazer comigo”, afirmou Trump, se referindo a quando foi processado por conta da invasão no Capitólio em 6 de janeiro de 2021, mas não chegou a ser julgado.

Minutos depois de Trump, o secretário de Estado americano, Marco Rubio, afirmou que os EUA responderão adequadamente a "essa caça às bruxas", em relação à sentença de Bolsonaro pelo Supremo.

"As perseguições políticas do violador de direitos humanos sancionado Alexandre de Moraes continuam, já que ele e outros membros do Supremo decidiram injustamente prender o ex-presidente Jair Bolsonaro", escreveu Rubio na rede X.

Também na rede social X, a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil compartilhou a publicação do vice-secretário de Estado dos EUA, Christopher Landau, em que afirma que o ministro do STF Alexandre de Moraes estaria desmantelando o Estado de Direito no país. "Os Estados Unidos condenam o uso da lei como arma política.[...] Enquanto o Brasil deixar o destino dessa relação nas mãos do ministro Moraes, não vejo saída para esta crise", escreveu Landau.

"Ouvimos recentemente a porta-voz dos Estados Unidos falar que o Trump não está muito preocupado em ter que usar o seu poder econômico e militar para garantir a liberdade de expressão no mundo. Então ele está se colocando como o grande salvador da liberdade de expressão mundial, como se isso fosse um aspecto jurídico único no mundo", afirma Crespo.

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