O prefeito de Fortaleza, Evandro Leitão (PT), defendeu uma composição eleitoral em 2026 que inclua partidos de centro e até de direita no arco do governador Elmano de Freitas (PT), que vai tentar a reeleição no pleito de outubro.
"Ninguém ganha uma eleição que será acirrada, assim como a de 2022 e 2024 e certamente a de 2026, se não fizermos as composições, se não chamarmos e nos unirmos a uma parte da direita e do centro", argumentou o gestor petista, durante encontro do PT em Fortaleza no sábado passado, 13.
Para Evandro, o União Brasil é uma dessas forças de direita cortejadas. Hoje no campo de oposição, o partido mantém entre os quadros deputados federais e estaduais que apoiam a recondução de Elmano, a exemplo da federal Fernanda Pessoa, filha do prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa (União Brasil).
Dos cinco representantes da bancada da federação União Progressista na Câmara Federal, três seriam simpáticos ao Abolição: AJ Albuquerque (PP) e Moses Rodrigues (União Brasil), além de Fernanda. Do lado adversário, estão Danilo Forte e Dayany Bittencourt (ambos do União Brasil).
De acordo com o prefeito, "nós precisamos desses partidos para que a gente possa, além de ganhar a eleição, fazermos a gestão do estado, porque o PP faz parte da gestão, tem assento com secretário e dois vereadores".
"No Governo do Estado", acrescentou, "é a mesma coisa. No Governo, o PP tem deputados que fazem parte da base, assim como tem secretários", tal como Zezinho Albuquerque, deputado licenciado e secretário de Cidades.
Pai de AJ, Zezinho deve integrar a executiva da federação, o que pode, a depender da quantidade de assentos e de seus ocupantes, assegurar maioria governista no colegiado.
Daí a intensa disputa pelo controle do megaestrutura partidária no Ceará, que fará diferença na corrida do ano que vem, seja como aliada ou opositora ao Governo. A preço de hoje, a federação tende a estar sob comando do ex-deputado Capitão Wagner, mas o entorno de Elmano não desistiu de ter alguma influência sobre alas desse bloco.
A postura mais pragmática de Evandro é a mesma de Elmano, para quem as alianças de 2026 devem necessariamente passar por costuras com forças de centro e de direita. Entre elas, estão PP e UB, os dois principais trunfos dessa briga entre situação e oposição.
Dentro do Governo, por exemplo, há quem defenda que uma das vagas para o Senado seja destinada a um membro de outra sigla desse espectro, prioritariamente o União — Moses vem sendo cortejado pelo arco do governismo para conseguir levar o União Brasil para perto do Abolição.
Por ora, as articulações seguem em curso, sem definição. Já na agenda do PT no fim de semana, contudo, o clima era de divisão: enquanto militantes do partido postulavam a candidatura do deputado federal José Guimarães ao Senado, lideranças ponderaram que o momento era de dividir espaços e ampliar o leque de apoiadores com foco na reeleição de Elmano para mais quatro anos.