Logo O POVO+
Lula diz que soberania é inegociável e critica "sanções arbitrárias"
Politica

Lula diz que soberania é inegociável e critica "sanções arbitrárias"

| ONU | Presidente mandou recados a opositores e grupos extremistas
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
Lula deu seguimento à tradição pela qual o Brasil tem o primeiro chefe de Estado a discursar (Foto: TIMOTHY A. CLARY / AFP)
Foto: TIMOTHY A. CLARY / AFP Lula deu seguimento à tradição pela qual o Brasil tem o primeiro chefe de Estado a discursar

O discurso do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nessa terça-feira, 23, na Assembleia Geral das Nações Unidas destacou a soberania brasileira e a importância do Estado democrático de direito. O petista mandou recados diretos ao presidente americano Donald Trump, que discursou na sequência, e ao bolsonarismo.

"Diante dos olhos do mundo, o Brasil deu um recado a todos os candidatos autocratas e àqueles que os apoiam: nossa democracia e nossa soberania são inegociáveis", disse o presidente, seguido por aplausos dos presentes.

O petista abordou a resistência do Estado brasileiro contra ataques internos e externos que visariam subjugar as instituições nacionais e criticou a extrema direita e seus aliados, que, segundo ele, promovem a violência e a desinformação.

Logo no início da fala, Lula afirmou que o multilateralismo "se encontra em uma nova encruzilhada" e citou o processo de julgamento que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por golpe de Estado.

"Falsos patriotas arquitetam e promovem publicamente contra o Brasil", afirmou o presidente. Lula ainda destacou que "não há pacificação com impunidade" e que a busca por justiça está intrinsecamente ligada à defesa da democracia, especialmente após um período de governo ditatorial.

Sobre o papel do Judiciário brasileiro, o petista disse: "A agressão contra a independência do Poder Judiciário é inaceitável. Essa ingerência em assuntos internos conta com auxílio de uma extrema direita subserviente e saudosa de antigas hegemonias. Falsos patriotas arquitetam e promovem publicamente ações contra o Brasil", declarou.

Lula acrescentou: "Foi investigado, indiciado, julgado e responsabilizado pelos seus atos em um processo minucioso. Teve amplo direito de defesa, prerrogativa que as ditaduras negam às suas vítimas", em referência ao julgamento da trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF).

Para o presidente, a autoridade da ONU "está em xeque" neste momento. "Assistimos a uma consolidação de uma desordem internacional marcada por concessões ao poder. Atentados à soberania, sanções arbitrárias e intervenções unilaterais estão se tornando regra".

O presidente ainda destacou a confirmação de que o Brasil voltou a sair do Mapa da Fome neste ano. "Mas, no mundo, ainda há 670 milhões de pessoas famintas e cerca de 2 bilhões 300 milhões enfrentam insegurança alimentar. A única guerra que todos podem sair vencedores é a que travamos contra a fome e a pobreza", disse.

"A pobreza é tão inimiga da democracia quanto o extremismo. (...) A única guerra de que todos podem sair vencedores é a que travamos contra a fome e a pobreza", destacou.

Lula também reservou uma parte do discurso para denunciar a guerra na Faixa de Gaza. Ele se posicionou condenando o terrorismo do grupo palestino Hamas e classificando os eventos em Gaza, conduzidos por Israel, como um genocídio.

"Os atentados terroristas do Hamas são indefensáveis, mas nada justifica o genocídio em curso em Gaza", afirmou Lula. "O que está acontecendo em Gaza não é só o extermínio do povo palestino, mas a tentativa de aniquilamento do seu sonho de nação", acrescentou.

O que você achou desse conteúdo?