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Lula diz que ficou feliz com 'química' com Trump e quer retomar boa relação com EUA
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Lula diz que ficou feliz com 'química' com Trump e quer retomar boa relação com EUA

|ONU| O presidente brasileiro afirmou que ficou surpreso com a postura de Trump durante breve encontro e se disse "otimista" para reunião
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ONU divulgou foto de Trump assistindo o discurso de Lula. Momentos depois do registro, Trump e Lula se cumprimentaram (Foto: UN Photo/ Mark Garten)
Foto: UN Photo/ Mark Garten ONU divulgou foto de Trump assistindo o discurso de Lula. Momentos depois do registro, Trump e Lula se cumprimentaram

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comentou ontem sobre o breve encontro que teve com o americano Donald Trump nos bastidores da Assembleia-Geral da ONU. Segundo o líder brasileiro, o futuro encontro entre os dois tem potencial de por fim ao 'mal-estar' nas relações entre os dois países.

Lula relembrou o histórico entre os países e destacou: "Se somos as duas maiores economias e os dois maiores países do continente, não há porque Brasil e EUA viverem em momentos de conflito", disse ele. O presidente se mostrou otimista com a possibilidade de conversa, ponderando que Brasil e EUA tem a ganhar com uma relação harmoniosa.

Lula disse ainda que há muito o que conversar com Trump. "Fiquei muito feliz quando ele disse que será possível conversar. É o que eu quero e o que ele quer também", afirmou.

“Eu volto para o Brasil satisfeito, otimista a Brasil e EUA fazerem uma reunião o mais rápido possível e acabar com o mal-estar que existe hoje na relação entre Brasil e EUA”, acrescentou.

O petista disse, durante entrevista coletiva, que tanto o povo brasileiro quanto o americano esperam uma boa relação entre os dois países. Por isso, segundo ele, os problemas que afetam a relação bilateral hoje podem ser discutidos diretamente com Trump.

“Estou convencido de que algumas decisões do presidente Trump se devem à (má) qualidade da informação que ele teve a respeito do Brasil e acho que ele pode mudar de decisão”, disse o presidente. “Espero que possamos voltar à harmonia e quimicamente estáveis.”

Surpresa no encontro

Na entrevista, Lula contou que foi surpreendido com a postura de Trump. “Já estive outras vezes ali e não encontrei sempre com presidentes. Já estava saindo, ia pegar minhas papeletas e ia embora, quando Trump veio para meu lado com uma cara muito simpática e agradável”, contou. Ele fez menção ao que Trump disse e concordou: “Acho que pintou uma química mesmo.”

Durante seu discurso na Assembleia-Geral, enquanto fazia algumas críticas ao Brasil, Trump mencionou de improviso seu encontro com Lula. “Ele me parece um homem muito legal. Ele gostou de mim, eu gostei dele”, disse Trump. “Tivemos uma boa química. E eu não faço negócios com pessoas que eu não gosto", pontou ainda o líder americano.

Saia-justa

Questionado se teme alguma saia-justa provocada por Trump, como ocorreu com os presidentes da Ucrânia, Volodmir Zelenski, e da África do Sul, Cyril Ramaphosa, Lula disse ontem esperar respeito.

“Vou tratar com respeito que merece o presidente dos EUA e ele certamente merece o presidente do Brasil. São dois homens de 80 anos. Não existe espaço para brincadeira, existe espaço para conversar sobre os conflitos”, disse.

O petista disse estar aberto a falar sobre qualquer assunto com Trump, mas não projetou quais exatamente serão os temas para o futuro encontro. Lula sinalizou também estar disposto a negociar investimentos americanos na exploração e no processamento de minerais de terras raras. A questão é um ponto fraco da economia americana, que, hoje, depende quase exclusivamente da China.

O Brasil tem uma das maiores reservas mundiais desses minerais, mas todo o refino e processamento desses materiais é feito na Ásia. As terras raras hoje são essenciais para a indústria de defesa, carros elétricos e inteligência artificial. 

Em julho, Trump impôs ao Brasil 50% de tarifas nas importações do País e as atribuiu ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, de quem é aliado.

A entrevista foi a última agenda do presidente nos Estados Unidos. Ele deve retornar para Brasília nesta noite. Nos últimos três dias, Lula se reuniu com os presidentes da Ucrânia, Volodmir Zelenski, e do Peru, Dina Boluarte, além de abrir a Assembleia-Geral da ONU e participar de reuniões sobre as mudanças climáticas e a questão palestina.

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