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Câmara aprova urgência para crime hediondo de falsificação de bebidas
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Câmara aprova urgência para crime hediondo de falsificação de bebidas

|Deputados| Movimentação acontece após registro de diversos casos envolvendo metanol
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Brasil registra notificações de casos de intoxicação por metanol (Foto: Marcello Casal JrAgência Brasil)
Foto: Marcello Casal JrAgência Brasil Brasil registra notificações de casos de intoxicação por metanol

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou, nesta quinta-feira, 2, o regime de urgência para proposta que torna crime hediondo a adulteração de alimentos ou bebidas a partir da adição de ingredientes que possam causar risco à vida ou grave ameaça à saúde. Os projetos com urgência podem ser votados diretamente no plenário, sem passar antes pelas comissões.

A mobilização do parlamento ocorre após o registro de diversos casos em São Paulo e outros estados de intoxicação pela presença de metanol em bebidas alcoólicas. O crime hediondo é inafiançável e insuscetível de graça, indulto ou anistia, fiança e liberdade provisória. O projeto não propõe a extensão da pena, mas a lei de crimes hediondos determina penas de até 30 anos, com progressão de regime mais lenta.

O Brasil registrou 48 casos em investigação relacionados à intoxicação por metanol até a tarde de ontem. O balanço foi apresentado pelo ministro Alexandre Padilha, em entrevista à imprensa na Sala de Situação, instalada pelo governo para monitorar os casos e coordenar as medidas de resposta.

Ao todo, o ministério já confirmou 11 casos por meio de detecção laboratorial da presença do metanol por um Centro de Informações Estratégicas e Resposta de Vigilância em Saúde (Cievs). Inicialmente, o ministro havia confirmado um 12º caso em Brasília. Mas o ministério recuou e informou que o caso do rapper Hungria ainda é contabilizado como suspeito.

De acordo com o Hospital DF Star, Hungria deu entrada na unidade ontem com quadro de cefaleia, náuseas, vômitos, turvação visual e acidose metabólica. Em boletim médico divulgado na tarde da quinta-feira, 2, o hospital afirma que o rapper está internado em unidade de terapia intensiva, sem alterações visuais e com quadro clínico estável, consciente, orientado e com respiração espontânea.

"Iniciou tratamento específico e hemodiálise para eliminação da substância tóxica. Não há previsão de alta hospitalar", diz nota assinada pelos médicos Antônio Aurélio, Leandro Machado, Guilherme Meyer e Allisson Barcelos Borges.

Gustavo Hungria das Neves é de Brasília e ganhou projeção nacional com suas músicas. Nas redes sociais, a equipe do músico disse que ele está sendo acompanhado pelos médicos e “fora de risco iminente”.

Apenas uma morte decorrente desse tipo de intoxicação foi confirmada pelo Ministério da Saúde em São Paulo. Mais sete óbitos seguem em investigação, sendo dois em Pernambuco e os outros cinco também em São Paulo.

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