Logo O POVO+
Luizianne e outros brasileiros serão transferidos para Jordânia hoje
Politica

Luizianne e outros brasileiros serão transferidos para Jordânia hoje

|Futuro| Delegação brasileira será deixará Israel pela Ponte Allenby/Rei Hussein, com destino à Jordânia
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
MEMBROS da flotilha serão levados para a Jordânia (Foto: Saeed QAQ / AFP)
Foto: Saeed QAQ / AFP MEMBROS da flotilha serão levados para a Jordânia

Todos os integrantes da delegação brasileira detidos por Israel sairão da prisão de Ktzi’ot, no deserto de Neguev, a cerca de 30 quilômetros da fronteira com o Egito, na manhã de hoje e serão transferidos para a Jordânia, conforme a organização Global Sumud Flotilla. A deputada Luizianne Lins (PT) e outras 12 pessoas fazem parte da delegação.  

Ativistas de outros países também devem deixar a prisão no mesmo momento, entre eles integrantes das delegações da Argentina, Colômbia, África do Sul e Nova Zelândia. É estimado que os brasileiros cheguem à Jordânia por volta das 12 horas no horário local.

Segundo a organização, a Embaixada brasileira em Amã já está preparada para receber o grupo e prestar o auxílio necessário, incluindo uma consulta médica para avaliar o estado de saúde de cada um.

Em visita consular realizada nesta segunda, a delegação brasileira denunciou condições degradantes e uso de violência psicológica. De acordo com informações da equipe da deputada Luizianne Lins, os ativistas também apontaram falta de tratamento médico adequado. Alguns brasileiros, incluindo a parlamentar, teriam recebido medicamentos após pressão diplomática.

Os ativistas Thiago Ávila, João Aguiar, Bruno Gilga e Ariadne Telles iniciaram greve de fome após a prisão e seguem com o protesto. De acordo com a Global Sumud Flotilla, alguns participantes também enviaram cartas aos familiares. Em uma delas, Ariadne Telles afirmou que iniciaria uma greve de sede, caso não fossem libertos até ontem.

Pelas redes sociais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) considerou que Israel segue cometendo violações e informou que deu o comando ao Ministério das Relações Exteriores para prestar auxílio e usar todas as ferramentas diplomáticas legais “para que essa situação absurda se encerre o quanto antes”.

Apesar da transferência, não há informações sobre como se dará a chegada dos 13 brasileiros ao país após a chegada em Amã. Até o momento, o único membro da delegação brasileira deportado foi o professor e ativista Nicolas Calabrese, cidadão argentino-italiano residente no Brasil.

Ele foi deportado com o auxílio da diplomacia italiana, que chegou ao país na noite desta segunda-feira, 6, no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, onde mora.

Citando o Itamaraty, a Global Sumud Flotilla apontou que as autoridades israelenses não vão permitir o acesso direto, comunicação ou interação com o grupo enquanto permanecerem em custódia durante transferência da prisão para a fronteira com a Jordânia. 

A nota cita ainda que o governo brasileiro garantiu que os representantes da Embaixada do Brasil em Tel Aviv estarão presentes no ponto de fronteira para qualquer eventualidade.

Nesta segunda, cerca de 171 participantes da Flotilha Global Sumud foram deportados, incluindo a ativista sueca Greta Thunberg.

Missão humanitária

Desde o início de setembro, os brasileiros participavam da flotilha com o objetivo de levar alimentos, água potável e suprimentos médicos a Gaza em meio à crise humanitária na região. Representantes de 44 países, incluindo ativistas, parlamentares e líderes sociais, participavam da missão. 

Na última quarta-feira, 1º, os barcos que integravam a missão foram interceptados pela Marinha israelense e os ativistas foram enviados à prisão. A delegação brasileira recebeu a primeira visita consular na sexta-feira, 3.

A deputada federal Luizianne Lins está entre os integrantes que se recusaram a assinar o documento de deportação acelerada oferecido pelas autoridades israelenses. A ex-prefeita considerou o documento abusivo e “entendeu que sua responsabilidade ia além de sua própria situação”. No domingo, 5, a Justiça de Israel concluiu as audiências para a deportação dos brasileiros, porém ainda não havia data para o início do processo com relação aos brasileiros. 

Colaborou Taynara Lima


Israel e Hamas negociam no Egito fim da guerra em Gaza

Delegações de Hamas e Israel começaram ontem as negociações indiretas no Egito para encerrar quase dois anos de guerra em Gaza. O processo deve seguir hoje segundo o plano do presidente dos Estados Unidos Donald Trump.

A primeira rodada de negociações sobre Gaza entre o Hamas e os mediadores terminou no Egito em meio a uma "atmosfera positiva", informou na manhã de terça-feira, em horário local, um meio de comunicação ligado ao Estado egípcio.

A Al Qahera News, vinculada à inteligência estatal egípcia, informou que as conversas continuarão entre o Hamas e os mediadores na cidade turística de Sharm el-Sheikh, à qual uma delegação israelense chegou ontem.

A emissora havia informado anteriormente que as delegações estavam conversando "para preparar as condições prévias para a libertação de cativos e prisioneiros". Mediadores de Egito e Catar estão trabalhando com ambas as partes para estabelecer um mecanismo de libertação dos reféns israelenses em Gaza em troca de palestinos presos em Israel.

As negociações indiretas têm como objetivo finalizar os detalhes do plano depois de dois anos de conflito. Os principais pontos em aberto da proposta de Trump são o desarmamento do Hamas, sua saída do governo de Gaza e a retirada das forças israelenses do território palestino.

Trump disse ontem que está "quase certo" de que um acordo será alcançado. "Acho que estamos indo muito bem e que o Hamas está aceitando coisas muito importantes [...] acho que vamos alcançar um acordo", acrescentou.

"Tenho linhas vermelhas. Se certas questões não forem cumpridas, não vai acontecer", garantiu Trump a jornalistas no Salão Oval.

Khalil Al-Hayya, negociador-chefe do Hamas, que foi alvo de um ataque israelense em Doha, no Catar, em setembro, teve uma reunião com funcionários de inteligência do Egito antes das conversas, disse uma fonte de segurança desse país árabe.

Mirjana Spoljaric, presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), que coordenou trocas anteriores, disse que suas equipes estão preparadas "para ajudar a reunir reféns e prisioneiros com suas famílias".

O enviado dos Estados Unidos para a região, Steve Witkoff, e o genro do presidente americano, Jared Kushner, são esperados no Egito. Trump instou os negociadores a "agirem rápido" para acabar com a guerra em Gaza, onde os ataques israelenses continuaram na segunda-feira.

O que você achou desse conteúdo?