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Parte da delegação brasileira de flotilha chega ao Brasil amanhã
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Parte da delegação brasileira de flotilha chega ao Brasil amanhã

|Transporte| Ativistas foram deportados de Israel para Jordânia e há a expectativa que todos retornem ao Brasil ainda nesta semana
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GRUPO de brasileiros foi deportado para Jordânia e está no processo de voltar para o Brasil (Foto: Divulgação / Global Sumud Flotilla)
Foto: Divulgação / Global Sumud Flotilla GRUPO de brasileiros foi deportado para Jordânia e está no processo de voltar para o Brasil

Membros da delegação brasileira, que integrava flotilha humanitária, chegarão ao Brasil nesta quinta-feira, 9. A deputada Luizianne Lins (PT), a presidente do Psol-RS, Gabi Tolotti e a vereadora Mariana Conti (Psol) estão na lista de quem voltará ao País na data. Há uma tentativa de que os outros 10 brasileiros cheguem na mesma data, mas não há confirmação, já que o processo de compra das passagens ainda estava em curso. 

Os brasileiros foram detidos após os barcos da flotilha humanitária terem sido interceptados pela Marinha israelense. O grupo foi levado do porto de Ashdod para a prisão de Ketziot (Ktzi'ot), no deserto de Neguev, a cerca de 30 quilômetros da fronteira com o Egito. Os ativistas denunciaram condições degradantes, uso de violência psicológica e falta de tratamento médico adequado.

A delegação foi deportada de Israel ontem e chegou à fronteira da Jordânia por volta das 12 horas no horário local. Os ativistas foram recebidos pela Embaixada brasileira e pela Global Sumud Flotilla. Após a chegada, receberam avaliação médica.

Em nota enviada na tarde desta terça-feira, 7, a organização afirmou que o governo brasileiro “ainda não se propôs a pagar a passagem dos participantes” ao Brasil. Uma campanha de arrecadação estava sendo promovida para contribuir com o retorno da delegação.

O POVO entrou em contato com o Itamaraty por telefone e e-mail para saber mais detalhes sobre o processo, mas não houve retorno até o fechamento. 

Em fala que confirmou seu retorno na quinta, a deputada fez seu primeiro relato após ter sido detida pelas forças armadas israelenses. Em vídeo publicado nas redes sociais, Luizianne agradeceu o apoio recebido e falou sobre o período em que passou detida na prisão desde a última quarta-feira, 1º. A ex-prefeita afirmou que foram “muitas violações e muita truculência” registradas no local.

“A gente sentiu na pele tudo que o exército israelense é capaz de fazer. Nós fomos, na verdade, sequestrados pelo exército israelense, porque nós não estávamos em águas israelenses, estávamos chegando a Gaza. Após isso, o Exército de Israel tomou o controle dos barcos e nos levou para o porto de Ashdod e, de lá, nós fomos considerados presos. Segundo o próprio ministro da Segurança Nacional e o próprio Netanyahu, nos íamos ser tratados como terroristas e assim fizeram”, falou.

A parlamentar ainda contou que chegou sem nenhuma mala ou bolsa, porque as forças israelenses “levaram tudo”.

Nesta terça, 108 ativistas foram enviados à fronteira da Jordânia. De acordo com a Global Sumud Flotilla, parte dos integrantes são de países da América Latina, como Argentina, México, Colômbia e Brasil, e da África, como Algéria, Tunísia e África do Sul.

Em nota, a organização questiona Israel pelo "tratamento diferenciado que deu aos participantes de acordo com as nacionalidades". "Os ativistas, com passaportes europeus, foram deportados em aviões para outros países da Europa, enquanto os 108 ativistas da América do Sul e da África foram levados em camburões para a fronteira da Jordânia, pela ponte de Ponte Allenby/Rei Hussein", aponta. 

Ao todo, 13 ativistas brasileiros foram deportados ontem: Thiago Ávila, Bruno Gilga, Lisiane Proença, Magno Costa, Mariana Conti (vereadora do Psol), Ariadne Telles, Mansur Peixoto, Gabriele Tolotti (presidente do Psol-RS), Mohamad El Kadri, Lucas Gusmão, João Aguiar, Miguel Bastos e Luizianne Lins (deputada federal). 

Dos 462 participantes sequestrados por Israel, a Global Sumud Flotilla contabiliza que seis ainda permanecem aprisionados. São três noruegueses, dois marroquinos e uma espanhola. Os demais foram deportados nos últimos três dias. 

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