O deputado Moses Rodrigues (União Brasil-CE) confirmou ser próximo de Alex Galvão, demitido, nesta terça-feira, 14, do Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (Dnocs). Na semana passada, o líder do presidente Lula na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT), anunciou a exoneração de nomes indicados por parlamentares de centro que votassem contra o Governo Federal. Com a votação de Moses contra a medida provisória 1303, que aumentava a arrecadação do governo, Alex Galvão foi demitido.
“Alex foi selecionado através da sua competência, assim como ele foi desligado também através da sua competência. O governo tem plena autonomia de fazer essas mudanças e nós não temos nenhum tipo de problema quanto a isso. Ele ser uma pessoa conhecida da minha família não implica em nada, até porque ele tem uma formação acadêmica, é professor universitário”, disse Moses Rodrigues.
Para o deputado, a demissão não significa retaliação. Moses disse que não vai mudar o rumo das votações. “Vou me manter de forma independente, conversando com o meu partido, conversando com a nossa base eleitoral lá no Ceará, para que a gente possa fazer a melhor apreciação possível de todas as matérias aqui na Câmara. Para mim, é muito tranquilo isso. Sempre fui um parlamentar independente e tenho uma base independente. Não vejo nenhum tipo de problema nessa situação”, avaliou, durante a presentação do Plano Nacional de Educação, do qual o deputado é relator.
Conforme a coluna Vertical, assinada pelo jornalista Carlos Mazza, Alex é irmão de um ex-funcionário do gabinete de Moses entre 2021 e 2023, Allan Galvão, que chegou a assumir cargos no Dnocs por indicação de Moses. No início deste ano, Allan também foi indicado como secretário do Planejamento e Gestor da gestão do pai do deputado, Oscar Rodrigues (União), na Prefeitura de Sobral. Alex, no entanto, não é seguido pelo deputado nem aparece em publicações recentes com o parlamentar.
No mesmo evento, estava o deputado José Guimarães, líder do governo na Câmara. Foi ele quem anunciou que as demissões ocorreriam e não quis revelar as próximas vítimas, mas reafirmou que as decisões da ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT-PR), não são uma forma de punição.
Para ele, é necessário construir uma base dentro da Casa Legislativa para aprovar os projetos do governo e de interesse da população. O corte de cargos, segundo ele, é uma tática para separar os parlamentares que votam a favor e contra as propostas governistas.
“Eu estou do lado da ministra Gleisi e do presidente Hugo Motta, e começamos o diálogo com os líderes para discutir como é que fica daqui pra frente. Fazendo esse pente fino, nós vamos buscar consolidar, evidentemente, a votação das prioridades do governo. Não precisa ser governo ou oposição, é fundamental votar as matérias de interesse do Brasil, como foi a medida provisória 1303”, apontou Guimarães.
Tanto Moses quanto Guimarães são pré-candidatos a senador pelo Ceará. O partido do primeiro, o União Brasil, é hoje oposição, mas há articulações para tentar levá-lo para a base do governo no Ceará. Já o PT, de Guimarães, é o partido do governador Elmano de Freitas.