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Após um mês da aprovação do regime de urgência, PL da Anistia segue estagnado
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Após um mês da aprovação do regime de urgência, PL da Anistia segue estagnado

|Cenário| A urgência, na prática, aceleraria a tramitação do texto, mas a matéria enfrenta resistência de vários lados
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Deputados aprovaram urgência, mas o texto da proposta não está pronto (Foto: Kayo Magalhães / Câmara dos Deputados)
Foto: Kayo Magalhães / Câmara dos Deputados Deputados aprovaram urgência, mas o texto da proposta não está pronto

Na última sexta-feira, 17, completou um mês desde que foi aprovado o regime de urgência para a tramitação do projeto de lei da anistia na Câmara dos Deputados. Sob a relatoria do deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade-SP), o texto vem ganhando nova formulação e, em vez de anistia total e irrestrita, caminha para a redução de penas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), aos envolvidos na trama golpista e nos atos de 8 de Janeiro.

Paulinho ainda não apresentou o texto oficial da proposta, mas, em entrevistas, tem reforçado que será um projeto de dosimetria, focado na redução das penas. Durante esse período, ele também se reuniu com o ex-presidente Michel Temer  (MDB) para obter orientação na elaboração do projeto.

Na última semana, Paulinho não realizou novos encontros com aliados partidários. Bancadas como Psol e PDT já haviam recusado o diálogo com ele anteriormente.

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), destacou que a proposta precisa ser "construída a quatro mãos", com participação tanto da Câmara quanto do Senado, para evitar problemas semelhantes aos da "PEC da Blindagem". No caso da proposta que dificultava investigações contra parlamentares, a Câmara aprovou o texto em dois turnos, mas comissão do Senado derrubou e o texto nem no Plenário foi votado, sendo arquivado. 

Segundo Motta, a intenção é criar uma solução para penas que, em alguns casos, foram aplicadas, em sua visão e de alguns parlamentares, de forma exagerada, e que possam ser revistas pelo Poder Judiciário.

O regime de urgência para o projeto foi aprovado em 17 de setembro, com 311 votos favoráveis, 163 contrários e sete abstenções. A medida permite acelerar a análise do texto, com votação direta no plenário, sem passar por comissões, mas, um mês depois, o projeto ainda aguarda avanços por parte do relator.

Outro entrave é com o PL. Caso a proposta devolvida pelos articuladores preveja a redução de penas - e não a anistia "ampla, geral e irrestrita", como cobram os bolsonaristas -, a bancada do PL vai apresentar um destaque para ampliar o perdão. Mas tanto Motta, como presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), já sinalizaram que não deixar correr texto que proponha anistia geral. 

Na sexta, o deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) apontou que Paulinho estaria aguardando que Alcolumbre devolvesse o texto na terça-feira. No entanto, a sinalização seria que o presidente do Senado manteria a dosimetria. Desde o início dos trâmites para a proposta, Alcolumbre afirma que já teria uma versão elaborada pelos senadores no sentido de mudar as penas, sem anistiar. 

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