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Girão não descarta conversa com Ciro, mas cobra coerência da oposição em pré-candidaturas
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Girão não descarta conversa com Ciro, mas cobra coerência da oposição em pré-candidaturas

|Ceará| Para ele, Ciro é uma "mente brilhante", com quem admite dialogar desde que haja "coerência" na oposição
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GIRÃO deu sinais que quer manter sua pré-candidatura (Foto: Samuel Setubal)
Foto: Samuel Setubal GIRÃO deu sinais que quer manter sua pré-candidatura

O senador Eduardo Girão (Novo-CE), pré-candidato a governador do Ceará, afirmou não enxergar o ex-ministro Ciro Gomes como uma figura identificada com a direita, mas disse não ver problema em dialogar com o ex-governador, caso ele confirme a pré-candidatura ao Governo do Ceará para a eleição do ano que vem.

Em entrevista ao O POVO, o parlamentar ressaltou que a oposição precisa manter “coerência” em torno de um projeto, embora reconheça a importância de buscar a unidade contra o PT.

"Ciro nunca teve uma identidade com a direita, no meu ponto de vista. Eu nunca percebi essa identidade. Eu não sei se ele é pré-candidato, ele nunca disse que é pré-candidato, mas é legítimo que seja. Eu não vejo essa coerência de grupos conservadores de centro-direita, que eu me encaixo, em uma proposta capitaneada por ele, caso ele venha a ser candidato. Agora, é uma mente brilhante, não tenha dúvida que o Ciro Gomes é uma mente brilhante que essa terra produziu", argumentou.

Apesar das diferenças ideológicas ao longo dos anos, Girão afirmou não descartar uma conversa com Ciro, que deve se filiar ao PSDB na próxima quarta-feira, 22.

"Se ele for pré-candidato, não vejo problema em dialogar. Agora, que se mantenha a coerência de um projeto novo. Não tenho problema de conversar com ninguém; embora, para mim, os fins não justificam os meios para derrotar o PT", pontuou.

Cenário eleitoral

Sem citar nomes, o senador classificou como legítimas todas as pré-candidaturas postas até o momento, mas defendeu que apenas a dele mantém uma coerência desde o início. Ele destacou que os atuais problemas do Ceará não começaram na gestão de Elmano de Freitas (PT).

"Então assim, o DNA do que está acontecendo hoje não foi construído de agora, foi construído lá de trás. Eu acho que todos já tiveram a oportunidade, todos esses que estão postulando, tiveram oportunidade. E o nosso nome, que é um grupo de centro-direita, eu não vejo alguém que propõe as mesmas pautas e que tenha condições de propor isso com coerência", disse.

Princípios e trajetória

Eduardo Girão reafirmou que mantém os mesmos princípios desde que entrou na política. "Tenho um princípio na política, desde que eu assumi o mandato. Nunca tinha sido candidato a nada e o povo cearense me levou direto para o Senado. E um tripé que eu tenho procurado regar a semente é da coerência, da integridade e da coragem", declarou.

O parlamentar elencou pautas caras a ele: "Nós defendemos desde antes de assumir o mandato, eu sempre defendi a vida, a família, a ética, a liberdade. Princípios e valores cristãos também. E e eu continuo firme nisso", explicou.

Combate ao crime

Girão defendeu que o Ceará precisa ser um Estado mais eficiente, com corte de privilégios e combate efetivo ao crime organizado, aliado a políticas públicas que ampliem oportunidades.

"Realmente de uma quebra de paradigma, choque de gestão, tem mais possibilidade de a população comprar essa ideia, porque senão vai ficar briga de poder pelo poder. Eu estou pelo amor, eu estou pela vontade de ajudar, de servir o meu povo. Não estou entrando com mágoa de ninguém, com outros sentimentos negativos", disse.

Relação com Capitão Wagner

O senador comentou também a relação com o ex-deputado Capitão Wagner (União Brasil), de quem já foi aliado em outras eleições.

"Em primeiro lugar, sobre o Capitão Wagner, eu tenho gratidão por ele. Me convidou para entrar na política. Eu apoiei o Capitão do Wagner três vezes em campanhas de lá para cá, inclusive coordenei uma campanha dele, não é? Mas faz parte, os caminhos serem ajustados. E, eu repito, coerência para mim é muito importante na política, mas eu vou buscar a união no limite das minhas forças", afirmou.

Wagner recentemente disse haver "pequenas divergências" com Eduardo Girão, mas que também acredita em uma união da oposição para 2026.

Críticas ao PT e Segurança Pública

Para Girão, o PT é o principal responsável pelo "caos que está acontecendo no Estado do Ceará".

"O governador não dá bons exemplos em nada. Inclusive na gestão, pegando o helicóptero para ir para município vizinho, gastando bilhões. Se você pegar o governo do Camilo e o do Elmano, do PT, foram bilhões em propaganda, publicidade. A gente vê uma aplicação equivocada. E as 36 secretarias que a gente tem hoje no Estado do Ceará? É um negócio absurdo, estratosférico".

O pré-candidato defendeu o que chama de "pacto pela paz", reunindo instituições para combater a impunidade e fortalecer a segurança pública. "As pessoas precisam ser punidas. O que é que a gente está vendo hoje no Ceará? Enxugando o gelo. Eu quero conduzir um pacto pela paz, chamar o Ministério Público, conversar com o Tribunal de Justiça, conversar com os políticos, entendeu? Para que a gente possa trabalhar de acordo com a Constituição, para cumprir a lei, para que a sociedade tenha o direito de ir e vir", argumentou.

 

Evento de lançamento

Girão deu pistas de que não pretende abrir mão da candidatura e lembrou que, dia 30 de novembro, haverá um grande evento de lançamento. Segundo ele, devem participar o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), o deputado federal Marcel van Hattem (Novo-RS) e parlamentares do PL, legenda com a qual afirma manter boa relação.

Colaborou Camila Maia, especial para O POVO 

 

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