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"Bolsonaro faz parte do passado da política brasileira", diz Lula
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"Bolsonaro faz parte do passado da política brasileira", diz Lula

|Relação| Lula comentou sobre reunião com Trump e disse ter explicado sobre o julgamento de Bolsonaro
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PRESIDENTE Lula em coletiva comentou sobre Jair Bolsonaro (Foto: RICARDO STUCKERT/PR)
Foto: RICARDO STUCKERT/PR PRESIDENTE Lula em coletiva comentou sobre Jair Bolsonaro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira, 27, em entrevista coletiva em Kuala Lumpur, que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) "faz parte do passado da política brasileira".A declaração foi dada ao comentar a conversa que teve com o presidente Donald Trump, no sábado, 25, na capital da Malásia.

Questionado se a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro foi tratada na reunião já que foi um dos argumentos usados pelo governo norte-americano para taxar o Brasil, Lula disse ter explicado a Trump que o julgamento de Bolsonaro foi sério e com provas contundentes.

Segundo Lula, o líder americano demonstrou compreender "a gravidade do que ocorreu no Brasil" e a seriedade do julgamento de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF).

O presidente brasileiro disse ter detalhado a gravidade dos fatos atribuídos ao ex-presidente e demais condenados pelos atos do 8 de janeiro. “Eles foram julgados com o direito de defesa que eu não tive quando fui processado e, portanto, isso não está em discussão. E ele sabe que rei morto, rei posto. O Bolsonaro faz parte do passado da política brasileira”, afirmou.

Segundo Lula, qualquer discussão de natureza política será feita entre presidentes, aos negociadores caberão os temas de interesse das duas nações.

"Página virada"

O presidente afirmou que, para Trump, o assunto é "página virada" e que as relações entre Brasil e Estados Unidos seguirão em novo patamar. "Com três reuniões que ele fizer comigo, vai perceber que o Bolsonaro era nada, praticamente", declarou.

Lula disse ainda que teve a “boa impressão” de que relação de afinidade entre Brasil e Estados Unidos será retomada e logo-logo não haverá problema entre os dois países. "Acho que está estabelecida a relação Brasil-Estados Unidos, quem imaginava que não ia ter, perdeu. Vai ter e vai ser uma relação produtiva para os dois países e para a democracia”, destacou o presidente.

Na conversa, Lula disse que expressou ao presidente norte-americano que as diferenças ideológicas entre eles devem ser superadas. “Agora não tem mais intermediários, é o presidente Lula com o presidente Trump. Gostemos ou não um do outro, nós temos que assumir a responsabilidade como chefes de Estado de saber que nossas ações têm que trazer benefício para o povo que nos elegeu”.

O julgamento de Bolsonaro foi usado como uma das justificativas para o  aumento da taxação de produtos brasileiros. No texto, o presidente americano mencionou a situação judicial de Bolsonaro, classificada por Trump como perseguição. O presidente dos EUA também acusou o STF de censurar ilegalmente plataformas americanas que operam no Brasil. Na época, o mandatário norte-americano destacou ainda ordens emitidas pela Corte contra apoiadores de Bolsonaro que mantêm residência nos Estados Unidos.

Encontros

Segundo o líder brasileiro, a possibilidade de um novo encontro entre ele e Trump não está descartada. “Ele me disse que está com vontade de ir ao Brasil, eu disse que estou à disposição para ir a Washington, porque se tem uma coisa que aprendi a fazer na vida foi negociação. Vamos à estaca zero e voltar para o seguinte: aonde queremos chegar? Se houver a disposição do presidente Trump, como ele disse que tem de fazer um bom acordo com o Brasil, temos toda a intenção de fazer um bom acordo, não haverá problema para a relação entre as duas maiores democracias do Ocidente”.

No domingo, durante o encontro com Trump, Lula também citou a Lei Magnitsky, utilizada pelos Estados Unidos para impor sanções a autoridades estrangeiras. Segundo o presidente, a aplicação em relação a ministros do Supremo Tribunal Federal é “injusta”, uma vez que “respeitou-se o devido processo legal e não houve nenhuma perseguição”.

Durante a reunião, Lula entregou por escrito a Donald Trump as reivindicações do Brasil. Ele citou a revogação do tarifaço e da punição a autoridades brasileiras, a tensão entre Estados Unidos e Venezuela e a guerra da Ucrânia. Lula disse ter deixado claro que a decisão de impor tarifas elevadas à exportação de produtos brasileiros foi tomada com base em informações equivocadas.

Com Agência Gov

 

Trump lembra reunião e deseja feliz aniversário para Lula

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chamou de "boa reunião" o encontro que teve com Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no fim de semana. Nesta segunda-feira, 27, ele lembrou da conversa e descreveu Lula como "um sujeito muito vigoroso".

Segundo Trump, as negociações prosseguem. "Tivemos uma boa reunião. Vamos ver o que acontece. Não sei se algo vai acontecer, mas vamos ver. Eles gostariam de fechar um acordo. Vamos ver. No momento, eles estão pagando, acho, uma tarifa de 50%. Mas tivemos uma ótima reunião", disse o americano a bordo do Air Force One.

Trump aproveitou a fala e parabenizou Lula, que fez aniversário ontem. "E feliz aniversário. Quero desejar feliz aniversário ao presidente. Hoje é o aniversário dele, você sabia disso? Ele é um sujeito muito vigoroso, na verdade, e fiquei muito impressionado. Mas hoje é o aniversário dele, então feliz aniversário", afirmou.

O presidente americano se reuniu por alguns minutos nesta segunda-feria com o imperador Naruhito do Japão, em Tóquio. A agenda de terça-feira, 28, incluirá uma reunião com a nova primeira-ministra do país, Sanae Takaichi.

A questão comercial está no centro da viagem de Trump pela Ásia, em particular por seu encontro com Xi Jinping, com quem espera discutir as tarifas impostas à China. (Agência Brasil com AFP)

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