O Diretório Municipal do Partido Socialista Brasileiro (PSB) em Sobral expulsou os vereadores Marlon Sobreira e Socorrinha Brasileiro da legenda, após uma reunião interna na sexta-feira, 31, em consequência de infidelidade partidária durante a eleição da Mesa Diretora para o biênio 2025-2026.
Foi informado pela direção do PSB de Sobral que os vereadores ainda podem recorrer ao Diretório Estadual do partido contra a decisão municipal que os expulsou. A denúncia contra os vereadores detalha: "Na ocasião, desconsideraram completamente a orientação do partido e votaram na chapa composta por membros do partido UNIÃO, em detrimento da chapa oficial do PSB, que contava com nomes indicados pela liderança partidária".
Em adição, a representação aponta que Marlon Sobreira e Socorrinha Brasileiro "não estão na condição de representantes legítimos do partido a compor representações estratégicas" na Câmara.
Ao O POVO, a deputada estadual e presidente do PSB Sobral, Lia Gomes, afirmou que a expulsão dos dois vereadores foi consequência de infidelidade partidária. Segundo Lia, o PSB havia apresentado uma chapa para a eleição da presidência da Câmara de Sobral, a qual era constituída apenas por membros do próprio partido.
Os vereadores foram orientados a votar nessa chapa, porém, votaram na chapa da oposição, ligada ao partido do atual prefeito Oscar Rodrigues (União Brasil), de grupo político que rivaliza historicamente com a família de Lia (os Ferreira Gomes) em Sobral. O eleito, o vereador Chico Joia Júnior (União) é sobrinho de Oscar.
“Eles também estão permanentemente alinhados com o novo prefeito (Oscar Rodrigues, do União Brasil). Seguindo todas as orientações, fazendo parte e tudo (sic). De fato já não faziam mais parte do PSB, foi só uma regularização”, afirmou a dirigente ao O POVO.
No entanto, Lia explica que, apesar dos alinhamentos com a oposição, os vereadores não querem sair da legenda. Segundo a presidente, a razão seria que eles teriam “alguns privilégios”.
“Como o PSB é a maior bancada, eles têm direito a duas vagas na Comissão de Constituição e Justiça. Esse é o principal fator que faz com que eles não queiram sair”, esclarece.
Segundo a denúncia contra Marlon e Socorrinha, além da violação de deveres partidários, os vereadores expulsos não seriam, nem são considerados "indicações legítimas do PSB para integrar comissões de maior relevância ou importância".
Marlon Sobreira é irmão do deputado estadual Marcos Sobreira, líder da bancada do PSB na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece). Lia Gomes explicou que o processo interno contra os dois vereadores expulsos já corria há cerca de sete meses e que Marcos foi indicado para a vaga de líder da bancada com o processo já em curso.
“(O processo) já existia e ele (Marcos Sobreira) nem fez questão de dizer que não concorda com essa posição que o irmão dele tomou”, disse Lia. “Essa expulsão já estava tendo um processo interno formal de apuração há muito tempo, durou sete meses esse processo, fomos dando todos os prazos”, acrescentou.
A reportagem tentou contato, por e-mail e pelas redes sociais, com os vereadores citados. Até o momento da publicação da matéria, Marlon Sobreira e Socorrinha Brasileiro não se pronunciaram sobre a decisão.