A primeira etapa da análise da recondução de Paulo Gonet ao cargo de procurador-geral da República foi concluída nesta quarta-feira, 5. O relator da indicação, senador Omar Aziz (PSD-AM), leu seu parecer, segundo o qual Gonet teve uma "atuação apartidária e técnica" à frente da PGR nos últimos dois anos. A próxima fase, a sabatina, está marcada para o dia 12.
Após a leitura do relatório, foi concedida vista coletiva aos senadores. Gonet foi indicado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para um novo mandato de dois anos. Caso seja aprovado pela CCJ e pelo Plenário, permanecerá no comando da Procuradoria-Geral da República até 2027. São necessários 41 votos no Plenário para a aprovação. Em 2023, ele recebeu 65 votos.
Indicado pela primeira vez em 2023, Gonet apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados por tentativa de golpe de Estado. Partiu dele também as denúncias dos outros núcleos que ainda passarão por julgamento.
Em seu parecer, Omar Aziz ressaltou que Paulo Gonet atuou "de forma técnica em centenas de ações penais e acordos de não persecução, inclusive em face dos principais responsáveis pelo ataque à democracia ocorrido no país, conforme já reconhecido em variadas condenações proferidas pelo STF".
Com 64 anos, Gonet tem cerca de 40 anos de carreira no Ministério Público. Junto com o ministro Gilmar Mendes, do STF, é cofundador do Instituto Brasiliense de Direito Público e foi diretor-geral da Escola Superior do Ministério Público da União.