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Direção nacional do PP não deve liberar partido para apoiar Elmano no Ceará
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Direção nacional do PP não deve liberar partido para apoiar Elmano no Ceará

A decisão tem impacto no Estado, dificultando a acomodação de membros do PP, como AJ e Zezinho Albuquerque. Base também pode perder MDB e Republicanos
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SECRETÁRIO Zezinho Albuquerque e governador Elmano de Freitas (Foto: Fabio Lima)
Foto: Fabio Lima SECRETÁRIO Zezinho Albuquerque e governador Elmano de Freitas

A executiva nacional do Progressistas (PP) não deve liberar o partido no Ceará para apoiar a reeleição do governador Elmano de Freitas (PT) em 2026.

No Estado, a sigla é comandada pelo deputado federal Antônio José (AJ) Albuquerque, filho do secretário de Cidades da gestão petista, Zezinho Albuquerque, que é deputado estadual licenciado.

À frente da legenda nacionalmente, o senador Ciro Nogueira (PI) disse a um emissário palaciano dias atrás que, a preço de hoje, o PP não vai permitir que os diretórios estaduais costurem suas alianças no âmbito local.

O ex-ministro do governo Jair Bolsonaro foi procurado por aliado do governismo cearense a fim de antecipar se poderia abrir exceção no Ceará para liberar a adesão de AJ e Zezinho à campanha petista.

De acordo com o senador, no entanto, há muitas dificuldades para flexibilizar alianças do PP no Nordeste. Essa decisão ganharia mais força ainda diante da perspectiva de apoio à candidatura de Tarcísio de Freitas (Republicanos) à sucessão de Luiz Inácio Lula da Silva no ano que vem.

Se o governador de São Paulo de fato se apresentar para a disputa, a tendência é de que não apenas o PP esteja formalmente na chapa de oposição ao governo do PT, mas também MDB e Republicanos.

Sendo assim, uma composição em estados nordestinos importantes seria vital para os planos do político, que se inclinaria a ter um candidato a vice da região, obrigando a chapa a ter o maior número de candidatos possível.

Os três partidos — PP, MDB e Republicanos — estão no arco de Elmano em terras cearenses - a vice do petista, Jade Romero, foi nome indicado pelo hoje deputado federal Eunício Oliveira, de quem Jade acabou se afastando.

Caso essas forças sigam o mesmo caminho do PP, optando por vetar carta branca para alianças, o trio ficaria de fora do palanque do chefe do Abolição, cuja candidatura perderia uma fatia preciosa do tempo de TV/rádio e recursos do fundo partidário.

O PP tem um elemento complicador a mais do que Republicanos e MDB: a agremiação de Ciro Nogueira está federada ao União Brasil, presidido por Capitão Wagner no Estado. O ex-deputado federal vem assegurando que não haverá espaço dentro da federação para dissidências.

Essa sinalização, aliás, pode forçar a desfiliação de alguns quadros do União Brasil, a exemplo da deputada federal Fernanda Pessoa, filha do prefeito de Maracanaú e aliado de Wagner, Roberto Pessoa.

De olho na recondução para a Câmara ano que vem, Fernanda começou a demonstrar cada vez mais afinidade com Elmano, assim como AJ e até Moses Rodrigues, deputado do União Brasil cotado para postular vaga no Senado pela chapa da situação.

Em evento recente, Moses e AJ festejaram a hipótese de reeleição de Elmano, num gesto claro de que estarão ao lado do petista independentemente da escolha estratégica de seus partidos.

Se o PP de fato mantiver essa posição de barrar alianças nos estados, no entanto, AJ e Zezinho podem ter dificuldades para se viabilizar eleitoralmente dentro da legenda.

Sem apoio oficial, ambos teriam de pavimentar uma eleição avulsa, impossibilitados de colarem sua imagem à de Elmano e sobretudo à de Camilo Santana, líder político desse grupo e ministro da Educação.

O POVO entrou em contato com o senador Ciro Nogueira para comentar as movimentações políticas no estado, mas não houve retorno. AJ e Zezinho Albuquerque também não responderam.

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